Nutrição no hipertireoidismo

O hipertireoidismo é a doença caracterizada por atividade exagerada da glândula tireoide, com elevação dos hormônios tireoidianos e aceleração do metabolismo. A doença autoimune de Graves é a causa mais comum para o hipertireoidismo. Outras causas são infecções virais, que levam à inflamação da glândula (tireoidite) e tumores benígnos da tireoide (adenoma).

Sinais e sintomas

  • Frequência cardíaca rápida e palpitações

  • Falta de ar

  • Bócio (inchaço da glândula tireóide)

  • Pele úmida e aumento da transpiração

  • Tremores nas mãos

  • Ansiedade

  • Calor e suor excessivo

  • Irritabilidade

  • Dificuldade para dormir (insônia)

  • Evacuações frequentes (diarreia)

  • Perda de peso, apesar de aumento do apetite

  • Olhos inchados, avermelhados e esbugalhados - exoftalmi

  • Ocasionalmente, pele elevada e espessada sobre as canelas, parte traseira dos pés, costas, mãos ou até mesmo rosto

  • Em crise: febre, pulso muito rápido, agitação e possivelmente delírio

  • Mudanças nos períodos menstruais

  • Dificuldade de concentração

O que causa a doença de Graves?

A doença de Graves (a forma mais comum de hipertireoidismo) é causada por um anticorpo que estimula erroneamente a tireoide a produzir hormônio em excesso. A doença de Graves está associada a muitas doenças autoimunes, incluindo diabetes tipo 1, artrite reumatóide e lúpus.

O diagnóstico é feito pelo exame da tireoide (busca por bócio), achados clínicos (sinais e sintomas), exame de sangue para confirmar elevação dos hormônios tireoidianos.

Tratamento do hipertireoidismo

O endocrinologista poderá optar por alguns cursos de ação: (1) iodo radioativo líquido, que acalma a glândula tireóide. Freqüentemente, a tireoide fica hipoativa, (2) betabloqueadores para ajudar a retardar os batimentos cardíacos acelerados, (3) cirurgia para remover de parte ou de toda a tireoide.

Terapias nutricional no hipertireoidismo

As terapias alternativas podem ser eficazes para minimizar os sintomas de disfunção tireoidiana leve.

  • Elimine suspeitos de alérgenos alimentares, como laticínios (leite, queijo e sorvete), trigo (glúten), soja, milho, conservantes e aditivos químicos alimentares que podem gerar reações imunológicas.

  • Consuma alimentos ricos em vitaminas B e ferro, como grãos integrais (se não houver alergia), vegetais frescos e vegetais marinhos.

  • Consuma alimentos ricos em antioxidantes, incluindo frutas (como mirtilos, cerejas e tomates) e vegetais (como abóbora e pimentão).

  • Evite alimentos refinados, como pães brancos, massas e açúcar.

  • Limite a ingestão de carnes processadas, como fast food e carnes frias.

  • Use óleos de cozinha saudáveis, como azeite ou óleo de coco.

  • Reduza ou elimine os ácidos graxos trans, encontrados em produtos de panificação comercial, como biscoitos, bolachas, bolos, batatas fritas, rodelas de cebola, donuts, alimentos processados e margarina.

  • Evite álcool e tabaco. Converse com seu médico antes de usar produtos que contenham cafeína, como chás e refrigerantes. A cafeína afeta diversas condições e medicamentos.

  • Infusões: chá verde (Camellia sinensis) e chá de Erva-cidreira (Melissa officinalis) para normalizar uma tireoide hiperativa.

  • Corrija deficiências nutricionais. Suplementos frequentemente recomendados:

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Interação sono-dieta-exercício

A neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de sofrer adaptações estruturais e funcionais em resposta à experiência. Esse processo está associado ao aprendizado, memória e melhorias na função cognitiva. A propensão do cérebro para a neuroplasticidade é influenciada por fatores de estilo de vida, incluindo exercícios, dieta e sono.

O sono pode ser dividido em estágios de movimento ocular não rápido (NREM) e movimento rápido dos olhos (REM), com os estágios NREM divididos em NREM 1, 2, 3 e 4. Durante o sono humano normal, os indivíduos passam por esses estágios a cada 90 minutos, com a proporção de REM/NREM mudando de NREM 3 e 4 na primeira metade para principalmente NREM 1, 2 e sono REM no final da noite.

Cada um desses estágios é caracterizado por atividade cerebral distinta e desempenha um papel único na restauração e manutenção do corpo durante o sono. Devido a essas diferenças, certos estágios do sono podem ter um efeito mais pronunciado na neuroplasticidade do que outros. Por exemplo, sabe-se que o sono REM envolve ativamente processos de neuroplasticidade no hipocampo durante a noite. Acredita-se que essas mudanças tenham implicações com a consolidação da aprendizagem e da memória.

A privação do sono, a redução da duração do sono REM ou a presença de um distúrbio do sono podem resultar em processos neuroplásticos interrompidos que podem ter uma influência negativa na consolidação da memória durante o sono, bem como no controle motor e na cognição durante as horas de vigília. Esses resultados destacam a importância de controlar o estado de sono de um indivíduo em estudos que medem a neuroplasticidade e de promover bons hábitos de sono para permitir um desempenho ideal em tarefas cognitivas ou físicas.

Muitas estratégias podem ajudar a melhorar a qualidade do sono, como a redução do consumo de cafeína e álcool, uma dieta adequada e atividade física. Níveis mais altos de atividade física estão associados a um sono melhor, portanto, a interação entre esses dois fatores pode ser particularmente importante.

Pesquisas anteriores sugeriram uma relação bidirecional entre dieta e qualidade do sono que é mediada por mecanismos relacionados à neuroinflamação, neurogênese e neuroplasticidade.

A adesão a uma dieta antiinflamatória, seja ela mediterrânea ou cetogênica, com maior consumo de ômega-3, EGCG do chá verde, curcumina foi associada a menor risco de má qualidade do sono.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementos e estratégias para envelhecer com mais saúde

Nossa saúde influencia tanto a duração quanto a qualidade da nossa experiência enquanto estamos vivos. Abaixo descrevo estratégias baseadas na ciência para que envelheça com mais saúde.

Estas dicas não substituem seu acompanhamento individualizado com seu médico e nem seus exames de rotina. Se tiver dúvidas, consulte um profissional habilitado.

1) Dieta

Existem muitas possibilidades de alimentação saudável e a escolha de cada pessoa sobre o que comer varia de acordo com renda, valores, aprendizados, cultura, gostos, preferências, estado fisiológico ou patológico. Sabemos, entretanto, que existem nutrientes fundamentais que não podem faltar em nenhuma dieta:

  • Proteína: desempenha um papel fundamental no nosso corpo, desde o reparo de tecidos, construção muscular, até à produção de enzimas e hormônios. O envelhecimento gera perda de massa magra. Por isso, indica-se a associação de exercício de força com o consumo adequado de proteína. Uma meta-análise revelou que adultos mais velhos envolvidos em exercícios resistidos testemunharam melhorias de força mais significativas quando sua dieta foi suplementada com proteínas (Kirwan et al., 2022). Adultos podem mirar em pelo menos 1,5g de proteína por quilo e idosos em 2g de proteína por quilo de peso por dia. Este ajuste compensa a perda muscular acelerada que experimentam e a absorção reduzida de proteínas no intestino.

  • Carboidratos: frutas, vegetais e grãos integrais são fontes de carboidratos não processados, ricos em fibras. Eles ajudam a manter a sensação de saciedade e o intestino funcionando bem. Também são ricos em vitaminas, minerais e fitoquímicos que reduzem o risco de diversas doenças, incluindo câncer.

  • Lipídios: óleos e gorduras são necessários para equilíbrio hormonal, membranas celulares saudáveis e boa imunidade. Priorize o consumo de gorduras insaturadas, encontradas em alimentos como abacate, nozes, sementes e azeite extra-virgem. Não esqueça das sementes (chia, linhaça) e dos peixes gordos, ótimas fontes de ômega-3, particularmente importantes para a saúde do cérebro e do coração.

  • Água: hidratar-se bem é fundamental para a saúde de todo o organismo. Água pura, café, infusões, água de coco, são algumas das opções para hidratação. Lembre, entretanto, que o café é fonte de cafeína. Evite doses altas à noite para conseguir dormir bem.

DICA IMPORTANTE: Modere o consumo de sal. Apesar de sódio ser importante para a saúde, quantidades excessivas estão ligados ao aumento da pressão. A hipertensão crônica é um fator de risco para doenças cardíacas, derrames e outras doenças cardiovasculares. Para reduzir o sal evite alimentos ultraprocessados. Produtos empacotados tendem a ter mais sal do que as versões tradicionais, feitas em casa. Para deixar a comida gostosa substitua parte do sal por ervas e especiarias.

Receita de sal de ervas
- 1 colher de sopa de alecrim
- 1 colher de sopa de salsinha seca
- 1 colher de sopa de manjericão
- 1 colher de sopa de orégano
- 1/2 xícara de sal light (possui menor teor de sódio e mais potássio).

Adicione todos os ingredientes no liquidificador ou mixer e bata até que fiquem misturados e mais finos. Conserve em um recipiente de vidro tampado.

2. Atividade física: o exercício é outro pilar da saúde, um componente chave de um estilo de vida saudável, contribuindo para o bem-estar físico e mental. Grandes estudos sugerem que o exercício regular reduz o risco de mortalidade por todas as causas e por doenças específicas. Eu gosto de variar entre caminhadas, exercício de força (musculação) e de flexibilidade/equilíbrio (yoga).

3. Sono: dormir é fundamental para reparo, memória e aprendizagem. Quem dorme mal possui maior risco de doenças metabólicas e neurodegenerativas. Estabeleça um horário regular de sono. Não durma durante o dia. Evite cafeína ou bebidas energéticas depois das 10h e limite o tempo de tela antes de dormir. Tanto a cafeína quanto a luz azul emitida pelas telas podem interferir na sua capacidade de adormecer. Evite álcool à noite. Embora muitas pessoas acreditem que o álcool as ajuda a dormir, na verdade ele pode interromper a qualidade do seu sono. Confira estes 5 suplementos para um sono bom:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/