Obesidade e transtornos alimentares

Transtornos alimentares são doenças psiquiátricas que geram uma perturbação persistente na alimentação e/ou nos comportamentos voltados para o controle do peso corporal, resultando não apenas em danos significativos à saúde física, mas em um enorme prejuízo psicossocial.

A obesidade não é um transtorno alimentar e sim uma doença metabólica, influenciada pela combinação de aspectos genéticos, metabólicos, hormonais e comportamentais. Mesmo assim, muitas pessoas com obesidade possuem comportamentos alimentares disfuncionais ou transtornos alimentares, como o transtorno de compulsão alimentar (TCA), a síndrome do comer noturno (SCN) ou a bulimia nervosa (BN).

Episódios de compulsão alimentar caracterizam-se pela ingestão de uma grande quantidade de calorias em um intervalo curto de tempo. A pessoa tem a sensação de perda de controle sobre o que e o quanto ela está comendo. Às vezes ocorrem episódios de compulsão que não estão associados a um transtorno alimentar. No entanto, estes episódios fazem parte dos critérios diagnósticos do TCA e da BN.

O TCA afeta ambos os sexos, acometendo aproximadamente 3,5% das mulheres e 2% dos homens ao longo da vida. É o mais frequente de todos os transtornos alimentares. Em pacientes com obesidade, há um aumento significativo de sua ocorrência, em comparação com a população geral. Os índices podem chegar até 30% ou 50%, dependendo do grau de obesidade. Para diagnosticar o TCA, os episódios desse transtorno devem se repetir pelo menos uma vez por semana pelo período mínimo de três meses, segundo o DSM-5-TR.

Os ECAs estão associados a um sofrimento marcante, em virtude da compulsão alimentar. Também estão presentes três ou mais das seguintes características associadas à perda de controle:

  1. comer mais rapidamente que o normal;

  2. comer até se sentir desconfortavelmente cheio;

  3. comer grandes porções na ausência de sensação física de fome;

  4. comer sozinho por vergonha do quanto está comendo

  5. e/ou sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.

No caso do TCA, não há métodos compensatórios inadequados, que são característicos da bulimia nervosa. Métodos compensatórios inadequados também são comuns em indivíduos com transtornos alimentares. Podem incluir métodos purgativos, como vômitos, uso de diuréticos, laxativos, enemas (substâncias para promover lavagem intestinal). Métodos não purgativos incluem restrição alimentar, os jejuns e o exercício físico em exagero, de forma prejudicial e muito associados à culpa.

A restrição alimentar é comum quando qualquer pessoa deseja perder peso. No contexto de um transtorno alimentar, ele se apresenta de forma exagerada, patológica, podendo resultar em uma perda de peso não saudável e até precipitar episódios de compulsão alimentar.

Tratamento dos Transtornos Alimentares

O tratamento dos transtornos alimentares é composto por várias abordagens concomitantes. Idealmente, ele deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar, que inclua ao menos psiquiatras, endocrinologistas, psicólogos e nutricionistas.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é o tratamento de primeira escolha para o TCA. O tratamento farmacológico (lisdexanfetamina) é considerado adjuvante e só é indicado para casos moderados e graves.

Já para a Síndrome do Comer Noturno (SCM) indica-se a terapia associada a um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (como sertralina) ou com o topiramato (anticonvulsivante). No manual diagnóstico DSM-5-TR, a SCN é caracterizada por episódios recorrentes de comer após despertares no meio da madrugada e/ou por uma alimentação excessiva após o jantar.

O paciente come acordado, de forma consciente, e costuma relatar que tem necessidade de se alimentar para conciliar o sono. A quantidade de calorias ingeridas nesses episódios costuma ser menor do que aquela consumida em episódios de compulsão alimentar. Mesmo assim, a alimentação noturna representa pelo menos 25% do valor energético total da ingestão alimentar diária e isso impacta a qualidade de vida e de sono.

A BN é caracterizada pela presença de compulsões recorrentes associados a métodos compensatórios inadequados na sequência. A autoindução de vômitos é a prática disfuncional mais frequentemente adotada e pela qual essa condição se tornou mais conhecida. Mas os indivíduos que sofrem de BN também podem praticar jejuns, atividade física extenuante e/ou usar medicações para compensar a ingestão exagerada de alimentos.

A fluoxetina é o único agente farmacológico aprovado para o tratamento da BN. No caso, a dose recomendada é de 60 mg. Além disso, devido à elevada comorbidade da BN com alguns sintoma de transtorno do controle do impulso, transtorno depressivo e o transtorno bipolar do humor, muitas vezes o uso de outros psicofármacos se faz necessário.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Magnésio na prevenção da dor crônica

A dor é uma sensação universal que pode se apresentar de diversas formas, desde aguda até crônica. A dor aguda é momentânea. Acontece, por exemplo, quando você bate o dedinho do pé na mesa da sala. Muita dor, mas passa logo.

A dor crônica é persistente, dura pelo menos três meses, muitas vezes estimulada pela amplificação da dor central. A dor regional crônica localizada pode estar presente em 20-25% da população e a dor crônica generalizada atinge até 10% da população.

Uma forma de reduzir a dor é pelo bloqueio dos receptores NMDA, limitando o influxo de cálcio. Portanto, doses moderadas de magnésio podem reduzir o risco de excitotoxicidade. Propõe-se que os efeitos do magnésio no alívio da dor possam depender do bloqueio dos receptores NMDA na medula espinhal.

A pesquisa que explora o uso analgésico do magnésio em distúrbios de dor crônica é limitada pelo tipo e gravidade da dor crônica avaliada. Além disso, os resultados entre estudos são conflitantes, apesar de tenderem a serem positivos.

A fibromialgia foi inicialmente considerada um distúrbio reumático, mas agora é conhecida como uma condição neurológica, com intensa dor e sensibilidade generalizadas, juntamente com outros sintomas chatos, como fadiga intensa, disfunção cognitiva, alterações da memória, dor de cabeça e problemas de sono.

Um estudo examinou os efeitos de 300 mg de citrato de magnésio e 10 mg de amitriptilina, isoladamente e em combinação, em 60 mulheres com fibromialgia e 20 controles pareados por idade e sexo durante oito semanas. Os níveis de magnésio eritrocitário e sérico foram significativamente mais baixos no grupo com fibromialgia. Além disso, o grupo que recebeu a combinação de magnésio e amitriptilina relatou diminuição significativa da dor em vários índices de dor e sensibilidade, enquanto o magnésio sozinho resultou em uma melhora no número de pontos sensíveis e na intensidade da dor da fibromialgia (Bagis et al., 2012).

PARA DOR INDICO O MAGNÉSIO DIMALATO

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Magnésio no Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio neurológico degenerativo caracterizado por perda sináptica e deficiências cognitivas que incluem deterioração no aprendizado e na memória. Pessoas com DA apresentam acúmulo de emaranhados de beta-amilóide e tau, juntamente com inflamação e atrofia de áreas do cérebro.

Fora os fatores geneticos, vários fatores ambientais contribuem para o risco do desenvolvimento de Alzheimer, dentre eles a resistência insulínica, a obesidade, o sedentarismo e o abuso no consumo de álcool. Dietas inflamatórias e pobres em nutrientes como B12, B9, vitamina D, ômega-3 e magnésio também associam-se a maior risco de declínio cognitivo.

Magnésio e Alzheimer

Estudos in vivo (sangue, líquido cefalorraquidiano, capilar) e post-mortem (cérebro, especialmente hipocampo) mostram que indivíduos com Alzheimer são frequentemente carentes em magnésio.

O Projeto PATH through Life descobriu que uma maior ingestão de magnésio estava relacionada a um risco reduzido de desenvolver comprometimento cognitivo leve e distúrbios cognitivos leves. É importante lembrar que dentre as causas de demência estão os eventos vasculares.

O magnésio é único por sua capacidade de afetar a função vascular, além da função neuronal. Assim, o magnésio pode estar afetando a função cognitiva de várias maneiras. Ajuda, por exemplo, a reduzir a neurotoxicidade glutamatérgica, pela ligação ao receptor NMDA.

O Mg também regula positivamente o BDNF, uma neurotrofina com ampla distribuição no sistema nervoso. O BDNF está envolvido no crescimento, maturação e manutenção de neurônios e sinapses. Estudos mostram que o Mg exerce atividade antidepressiva através da via do BDNF.

O Mg também previne a hiperpermeabilidade da barreira hematoencefálica (BHE) e restaura a permeabilidade da barreira após lesão cerebral traumática ou isquemia.

Considerando que o conteúdo de Mg na dieta ocidental é baixo, a suplementação é indicada para pessoas com problemas de memória ou aprendizagem.

Suplementação de Magnésio

O magnésio como L-treonato é único na sua capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica de forma mais eficaz do que outras formas de magnésio, resultando numa absorção superior pelo cérebro.

Este estudo demonstrou que 450mg de magnésio elementar por um período de 12 semanas foi tão eficaz quanto 50mg do antidepressivo imipramina.

O magnésio treonato pode ser manipulado ou encontrado no iHerb:

  • Magtein (Source Naturals): 144mg de Mg treonato em 3 cápsulas

  • Magtein (Now): 144 mg de Mg treonato em 3 cápsulas

  • Magmind (Jarrow): 144mg de Mg treonato em 3 cápsulas

  • Neuro-Mag (Life Extension): 144mg de Mg treonato em 3 cáps

  • Neuro-Mag (Life Extension), em pó: 144mg de Mg treonato em 1 scoop

  • Na Europa compro o Magtein em pó na Amazon da Alemanha ou na loja online supplementa.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/