Como a inflamação periférica gera neuroinflamação?

Qualquer ativação do sistema imune inato ou adaptativo fora do Sistema Nervoso Central (SNC) é chamada de inflamação periférica. Contudo, uma infecção periférica inicial pode perturbar a função do SNC, com respostas que vão desde pequenas perturbações na temperatura corporal até fadiga severa e perda de consciência.

A inflamação aguda de curto prazo normalmente não afeta a homeostase do cérebro, graças à defesa proporcionada por uma barreira hematoencefálica intacta. No entanto, a inflamação periférica grave pode envolver o SNC e desencadear a neuroinflamação, por cinco mecanismos distintos:

1) As citocinas circulantes podem chegar ao cérebro pelo sistema glinfático:

2) Certas citocinas podem ser transportadas através da barreira hematoencefálica, embora esse processo provavelmente varie entre regiões do cérebro e condições fisiológicas, e entre diferentes citocinas.

3) As citocinas e quimiocinas são conhecidas por se comunicarem e ativarem os órgãos circunventriculares, o que permite a entrada de moléculas de baixo peso molecular quando há aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica.

4) O quarto ponto de entrada conhecido é através da ativação dos nervos periféricos via citocinas.

5) O plexo coróide, com seus capilares fenestrados, também pode ser um ponto de entrada para patógenos estranhos e células imunes em circulação. O plexo coróide é essencial para a homeostase do fluido cerebral e estudos recentes mostram que ele pode se comunicar com células gliais residentes no parênquima cerebral adjacente por meio de vesículas extracelulares.

Sistema glifático e neuroinflamação

Uma das importantes causas de inflamação periférica é a disbiose intestinal. Quando bactérias ruins morrem liberam lipopolissacarídeos bacterianos (LPS) que chegam à circulação e entram no cérebro. Quando o sistema glifático reage bem, remove estas toxinas. Mas quando não funciona adequadamente o acúmulo de LPS e outras substâncias gera neuroinflamação (figura abaixo à direita).

Consequências da neuroinflamação

O acúmulo de resíduos e citocinas irá conduzir ainda mais a inflamação, em um ciclo vicioso. O inchaço cerebral resultante gera dores de cabeça, enxaqueca, afeta o comportamento, interfere no sono, memória e cognição. Pode contribuir para o dano neuronal e aumentar o risco de processos neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer. No vídeo abaixo você conhecerá algumas formas de cuidar do seu cérebro.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Vitamina B6 | Conheça as funções da piridoxina

A vitamina B6 desempenha várias funções importantes no metabolismo de aminoácidos, na síntese de neurotransmissores (como serotonina, dopamina e GABA), como co-fator para produção de DHA e EPA (formas ativas do ômega-3), para a formação do grupamento heme da hemoglobina e no metabolismo da metionina. A deficiência impede a formação de cisteína, taurina, glutationa (antioxidante), bloqueia a degradação da homocisteína (inflamatória e neurotóxica).

A forma mais comum de B6 é a piridoxina, porém esta precisa ser convertida em Piridoxal 5 fosfato (P5P) para atuar nos processos endógenos. Em estudo, apenas 33% das pessoas que ingerem B6 conseguiram aumentar os níveis endógenos de P5P. Portanto em algumas situações de risco é necessário utilizar a forma ativa (P5P).

SITUAÇÕES QUE GERAM QUEDA DA VITAMINA B6 NO ORGANISMO

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  1. Alimentação pobre em B6

  2. Uso de anticoncepcionais

  3. Alto consumo de álcool

  4. Desnutrição

  5. Má absorção intestinal

  6. Perdas durante a hemodiálise

  7. Uso de medicamentos inativadores de piridoxina (por exemplo, anticonvulsivantes, isoniazida, cicloserina, hidralazina, corticosteroides, penicilamina)

COMO AVALIAR E SUPLEMENTAR A VITAMINA B6?

A primeira coisa é saber se existem sinais e sintomas relacionados à deficiência de vitamina B6. Deve-se avaliar: depressão, distúrbios do sono, piora da TPM, náuseas, vômitos, dermatite seborreica, eczema e outras inflamações na boca, nariz e ouvido. No sangue pode-se avaliar o aumento da homocisteína (também pode ocorrer por deficiência de B12 e/ou B9.

Outras formas de avaliação da B6:

Vale ressaltar que essa vitamina, embora hidrossolúvel, demonstra riscos quando em excesso. Em doses acima de 2 g pode provocar lesões cutâneas e toxicidade neurológica, como formigamento das mãos e dos pés e dificuldade de caminhar. Isso ocorre principalmente quando há simultaneamente deficiência de folato.

Dica: a vitamina B6 ajuda a entrada do magnésio nas células, por isso, muitas vezes são suplementados juntos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/