Indicações e contra-indicações da suplementação de colina (vitamina B8)

A colina é um nutriente solúvel em água, necessário à formação do neurotransmissor acetilcolina, muito importante para a aprendizagem, memória, foco, criatividade, velocidade de raciocínio e atenção. A partir da colina também é produzida citicolina, substância necessária à mielinização dos neurônios.

Fora isso, a colina está presente em todas as membranas celulares como fosfatidilcolina. Pessoas com baixa ingestão de colina apresentam fígado mais gorduroso e menos capaz de realizar processos de eliminação de toxinas. Por todos estes motivos a colina é frequentemente suplementada. Contudo, ao contrário do esperado esta suplementação  nem sempre traz efeitos positivos ao organismo. Explico neste vídeo:

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É necessária em pequenas quantidades que podem ser obtidas de alimentos que contém gordura como gema de ovo, carne vermelha, salmão, lecitina de soja ou leveduras. As bactérias intestinais também podem produzir um pouco de colina, mas em pequena quantidade.

A ingestão diária recomendada é de 550 mg diários para indivíduos adultos do sexo masculino, de 425 mg diários para indivíduos adultos do sexo feminino e ligeiramente superior, cerca de 450 mg diários durante a gravidez.

A suplementação pode ser necessária para atletas de endurance, como maratonistas, pessoas com alto consumo de álcool, mulheres na pós-menopausa e para gestantes.

Suplementos podem ser encontrados em diferentes formas químicas. A fosfatidilcolina contém 13% de colina. Outras formas de suplementação são bitartarato de colina, cloreto de colina, Colina-CPD, alfa-GPC ou betaína.

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.

Uma forma mais eficaz de suplementação é a Glicerofosfocolina ou Alfa GPC. Esta molécula tem alta biodisponibilidade quando ingerida oralmente e tem a capacidade de atravessar a barreira hemato-liquórica. Estudos demosntraram que Alfa GPC na dose de 1000 a 1500 mg por dia tem a capacidade de melhorar o raciocínio e memória, tornar mais rápida a recuperação pós AVC (Acidente Vascular Cerebral), aumentar a secreção de hormônio de crescimento, proteger o cérebro da degradação e otimizar a performance mental. Contudo, tanto Colina-CPD (citicolina), quanto alfa-GPC são considerados medicamentos em alguns países, usados para o tratamento da doença de Alzheimer.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Baixa autoestima como característica do TDAH?

Quando pensamos em pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é comum que surjam na nossa mente características como hiperatividade, inquietação, dificuldade de aprendizagem, impulsividade, problemas de concentração, baixo desempenho escolar. Contudo, é comum que pessoas com TDAH também sofram com baixa autoestima. Isto pode ser dar a alguns fatores:

  • rótulos que a criança recebe de colegas, amigos, pais, professores etc: desatenta, travessa, encapetada, impossível, irritadiça, difícil, desconcentrada, inquieta ou coisas piores como “tonta”, “burra” etc.

  • mau desempenho escolar. Uma criança que não concentra-se comumente apresenta mau desempenho escolar, notas baixas, reprovações. Apesar do problema não relacionar-se à incapacidade intelectual, a comparação com colegas “bem sucedidos” é inevitável.

  • falta de encorajamento. Quando os pais ou professores parecem ter desistido de uma criança com TDAH a mensagem é internalizada. Estudos mostram que pessoas com TDAH recebem apenas um comentário positivo a cada 15 comentários negativos. Você pode imaginar o que isso faz com a autoconfiança de qualquer pessoa.

Os pais e os professores precisam entrar em contato com ferramentas e estratégias que ajudem seus filhos e alunos a focarem. Adultos com TDAH precisam cuidar-se e desenvolver competências de autorregulação que possibilite um desenvolvimento adequado a nível pessoal, escolar e laboral. Algumas habilidades são fundamentais neste mundo mas podem ser aprendidas: autocontrole, compaixão, respeito, colaboração, consistência, persistência, foco, validação dos passos positivos dados. A autoestima é um processo e com ajuda todos nós podemos ser bem sucedidos e ajudar os outros também.

Suplementação mínima: associar Ômega-3 com TDAH Control all in one. Fazer modulação intestinal, sempre que necessário. Para individualização marque aqui sua consulta.

Livros para explicar o TDAH para crianças

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

TRANSTORNO AFETIVO SAZONAL - DEPRESSÃO NO INVERNO EUROPEU

O inverno na Europa este ano foi bastante rigoroso e atendi várias pessoas com sintomas de depressão. O que acontece é que os dias são mais curtos, a luminosidade é menor pois o sol sai menos e as temperaturas são bastante baixas. Poucas pessoas gostam dos meses de janeiro e fevereiro na Europa. Contudo, algumas pessoas sofrem mais do que outras.

O que é o transtorno afetivo sazonal?

O transtorno afetivo sazonal é um tipo de depressão relacionada às mudanças das estações e caracterizada por tristeza, baixa motivação e energia, fadiga extrema, mau humor, dificuldade para dormir ou problemas de concentração. O inverno não é fácil mas existem várias soluções naturais que podem aliviar estes sintomas para que possa aproveitar a vida em qualquer estação. O transtorno afetivo sazonal pode afetar qualquer pessoa, no entanto, algumas pessoas parecem estar em maior risco:

  • Mulheres são 4 vezes mais afetadas do que homens;

  • Moradores de países com invernos mais rigorosos (como Alasca, Nova Inglaterra nos EUA e países do norte europeu) são mais afetados);

  • Ter histórico familiar de depressão ou de transtorno afetivo sazonal;

  • Não ter boa saúde;

  • Ter deficiência de vitamina D;

  • Ser sedentário;

  • Ter excesso de atividades estressantes.

Em alguns casos, pode ser difícil saber se alguém está sofrendo de transtorno afetivo sazonal ou outra forma de depressão. É por isso que é particularmente importante notar quando os sentimentos depressivos começaram. No caso do transtorno afetivo sazonal tendem a aparecer por volta do outono, durando até o início da primavera, ocorrendo sempre na mesma época. Em qualquer situação cuidados são importantes, especialmente quando existem pensamentos de suicídio ou morte.

Aqui em Portugal o tempo está melhorando a cada dia mas amigos e clientes espalhados por outras regiões mais ao norte do globo continuam a experimentar neve e temperaturas muito baixas. Para manter a saúde física e mental um conjunto de atividades são importantes:

  • Movimentar o corpo - você pode sair para andar, correr ou se o tempo não permitir usar vídeos da internet para exercitar-se mesmo em casa. Movimento e exercícios são essenciais para o seu bem-estar físico, mental e emocional. Estimula o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma proteína e um membro da família de neurotrofinas de fatores de crescimento que são essenciais para o seu humor, pensamento, aprendizagem e função neuronal. O movimento também aumenta a serotonina e as endorfinas, substâncias químicas importantes para a manutenção dos níveis de energia e para a regulação emocional.

  • Dieta antiinflamatória - pessoas com transtorno afetivo sazonal tendem a consumir alimentos reconfortantes, doces, carboidratos ricos em amido e junk food. Isso só leva a sintomas piores e mais desejos por alimentos não saudáveis. Para desinflamar o cérebro e começar a sentir-se melhor é importante reduzir açúcares, bebidas açucaradas (como refrigerantes, sucos e licores) e consumir mais vegetais, frutas, ervas, peixes selvagens.

  • Priorize bons hábitos de sono - o cérebro precisa de aproximadamente 7 horas de sono para uma boa recuperação (Jackowska et al., 2012). Este período é essencial para a manutenção do comprimento dos telômeros e prevenção do neuroenvelhecimento. Evite comer perto da hora de dormir, desligue o celular e adote atividades mais relaxantes.

  • Foco na gratidão e oração - comece sua manhã contando as bênçãos em sua vida. Estar respirando, vivo, ter comida, água quente, aquecimento no inverno. Tudo isso é motivo para comemorar. Estudos mostram que a prática diária de gratidão traz imensos benefícios emocionais. A gratidão desencadeia a liberação de substâncias antidepressivas e reguladoras do humor, como serotonina, dopamina, norepinefrina e ocitocina, ao mesmo tempo em que inibe o cortisol - o hormônio do estresse. As pessoas gratas também são mais propensas a se envolver em atividades saudáveis e em cuidar de si mesmas.

  • Se não conseguir expor-se ao sol, suplemente a vitamina D. A carência deste nutriente está associada a episódios depressivos mais graves. Pesquisas mostram que a correção dos níveis plasmáticos de vitamina D pode ser um método de tratamento importante para o transtorno afetivo sazonal.

  • Cuide do seu intestino. Consuma boas fontes de fibras e mantenha o intestino funcionamento. Uma microbiota saudável é um importante antídoto contra a depressão. A reposição de probióticos é uma alternativa. Psicobióticos são definidos como probióticos que, quando ingeridos, influenciam positivamente a saúde mental (Dinan, Stanton & Cryan, 2013), reduzem estresse, ansiedade (Schmidt et al., 2015; Bhagwagar, Hafizi & Cowen, 2005), melhoram o humor (Steenbergen et al., 2015) e comportamentos neuróticos (Hilimire, DeVylder e Forestell, 2015). Aguardam-se novos estudos acerca das aplicações mais eficazes nestes e em outros casos.

  • Encontre maneiras de rir. Crianças riem entre 300 a 400 vezes por dia, enquanto adultos riem de 10 a 17 vezes. Rir traz benefícios incríveis para a saúde, como melhoria da imunidade, do perfil hormonal, redução da dor e do mau humor. Que coisas simples o faziam feliz no passado, quando era mais jovem? Filmes engraçados, histórias em quadrinhos, conversas com os amigos, um bom livro? Faça o mesmo.

  • Considere a suplementação de ômega-3. Esta gordura saudável tem benefícios antiinflamatórios e benéficos ao cérebro podendo melhorar os sintomas do transtorno afetivo sazonal. Capriche também no consumo de alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3 como salmão, arenque, sardinha, anchova, cavala, algas, sementes de cânhamo, sementes de chia e sementes de linhaça.

SUPLEMENTOS USADOS PARA TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA EUROPA

Exemplo de psicobiótico mais comum para manipulação e já bastante testada em humanos, com ótimos efeitos no eixo intestino-cérebro:

  • Lactobacillus gasseri - 1,5 bilhões de UFC

  • Lactobacillus helveticus - 1,5 bilhões de UFC

  • Bifidobacterium longum - 1,5 bilhões de UFC

  • Bifidobacterium breve - 1,5 bilhões de UFC

Aviar doses suficientes para X dias, em cápsulas vegetais.

Posologia: Consumir 1 dose ao dia 30 minutos antes da refeição ou antes de dormir.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/