OS PROBIÓTICOS ESTÃO TE FAZENDO MAL?

Quando você toma suplementos probióticos seu inchaço abdominal piora? As dores são mais intensas? O intestino desregula? E o pior: parece que há uma nuvem no seu cérebro, atrapalhando seus pensamentos?

Isto pode acontecer sim. Se o uso de probióticos gera um acúmulo excessivo de bactérias no intestino delgado aparecem sintomas como os descritos. Em um estudo publicado com 30 pacientes, os 22 que relataram problemas como confusão mental e dificuldade de concentração, além de gases e inchaço, estavam tomando probióticos, de marcas diversas. Quando os investigadores examinaram as fezes encontraram grandes colônias de bactérias se reproduzindo no intestino delgado . Este acúmulo gerou mais fermentação e produção de ácido D-lático, que gera acidose e uma toxicidade temporária (Rao et al., 2018).

Para o Dr. Satish SC Rao, o ácido D-lático interfere momentaneamente no cérebro, na cognição e alguns pacientes possuem 2 a 3 vezes a quantidade normal de ácido D-lático no sangue após uso de probióticos.. Alguns disseram que a nebulosidade cerebral - que durou de meia hora a muitas horas depois de comer - era tão severa que eles tiveram que deixar o emprego.

Embora os probióticos possuam muitas aplicações benéficas, melhorando a imunidade e restaurando a microbiota após o uso de antibióticos, há que se ter cautela com o uso indiscriminado. Se sintomas estranhos aparecerem suspenda o uso. Os probióticos devem funcionar no cólon (intestino grosso) e não no intestino delgado ou no estômago, mas problemas de motilidade podem gerar colonização em locais inapropriados.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Forma mais e menos biodisponível do suplemento de vitamina A

Média (EAR), recomendação (RDA) e limite máximo tolerável (UL) para vitamina A.

Média (EAR), recomendação (RDA) e limite máximo tolerável (UL) para vitamina A.

O termo biodisponibilidade refere-se à proporção de um nutriente consumido que é absorvida, ficando disponível para a utilização pelo organismo. A biodisponibilidade dos nutrientes provenientes da dieta e de suplementos alimentares é influenciada por vários fatores, incluindo o estado nutricional, saúde e estágio de vida do indivíduo. Os fatores relacionados à dieta que afetam a biodisponibilidade dos nutrientes incluem a sua forma química, as interações entre os nutrientes e outros componentes dos alimentos e o processamento do alimento.

A vitamina A (retinol) é necessária para o funcionamento das células nervosas (fotorreceptores) sensíveis à luz na retina do olho. Também ajuda a manter saudável a pele e o revestimento dos pulmões, do intestino e do trato urinário, sendo ainda importante para o sistema imune.

Boas fontes de vitamina A incluem óleo de fígado de peixe, fígado, gema de ovo, manteiga, creme de leite e leite fortificado. Em caso de baixo consumo, doença celíaca, problemas hepáticos ou necessidade genética aumentada a suplementação é indicada. A deficiência de vitamina A associa-se a maior incidência de cegueira noturna, ressecamento dos olhos, infecções.

Em relação à forma química da vitamina A, temos suplementos com:

O excesso de vitamina A associa-se a sintomas como queda de cabelo, lábios rachados, ressecamento ou descamação da pele, dores de cabeça, elevação do cálcio no sangue, hipertensão craniana, sonolência, irritabilidade, násueas, vômitos. Além disso, em fumantes e ex-fumantes deve-se evitar grandes doses de suplementos pois há risco aumentado de câncer de pulmão por efeito pró-oxidativo. Gestantes também não devem suplementar mais que 10.000 UI/dia (3.000 mcg/dia) pois a vitamina A em excesso aumenta o risco de defeitos congênitos no bebê.

Consulte um nutricionista em relação às dosagens recomendadas para seu caso.

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O melhor livro sobre biodisponibilidade de nutrientes em língua portuguesa é o da Dra. Silvia Cozzolino, disponível aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/