Persistência do TDAH na fase adulta

Alguns estudos revelam associações entre o Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e as adversidades ambientais, incluindo fatores de risco pré e perinatais (estresse materno, tabagismo ou consumo de álcool durante a gravidez, baixo peso ao nascer, prematuridade), contato com toxinas ambientais (organofosforados, bifenilos policlorados, chumbo ) e condições psicossociais desfavoráveis ​​(privação grave da primeira infância) e características genéticas.

Variação no gene ST3GAL3 alteram a mielinização de neurônios e pode contribuir para a persistência ao longo da vida do TDAH (Lesch, 2019; Pineda-Cinera et al., 2019). Outros genes candidatos no TDAH são FOXP2, MEF2C, DUSP6 e SEMA6D, que também podem interferir direta ou indiretamente no processo de mielinização (Demontis et al., 2018).

Aos 25 anos, cerca de 15% das pessoas diagnosticadas com Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na infância ainda preenchiam os critérios diagnósticos completos. Além disso, outros 50 por cento - então, no total, cerca de dois terços dos adultos com TDAH - ainda podem enfrentar prejuízos relacionados aos sintomas de TDAH, embora alguns não enquadrem-se mais nos critérios diagnósticos. E então há outro grupo, talvez cerca de um quarto, que realmente superou o transtorno.

Conforme uma pessoa com TDAH envelhece, os sintomas vão naturalmente modificando-se. Todos se tornam menos hiperativos, menos impulsivos e mais atentos. Isso faz parte do desenvolvimento normal. E isso também acontece em pessoas com TDAH. A hiperatividade / impulsividade tende a diminuir, mas não necessariamente a desatenção, que é frequentemente descrita por adultos com TDAH como uma mente que vaga excessivamente ou com pensamentos que não param ou que se confundem-se. A distração mental interna pode interferir em tarefas como ler, assistir a filmes ou acompanhar conversas. Ficar entediado rapidamente e depois não conseguir se concentrar é uma reclamação comum.

Outro problema muito comum relatado por adultos com TDAH são as desregulações emocionais. Podem ficar mais facilmente irritadas, frustradas ou com raiva e podem apresentar mudanças marcantes de humor ao longo do dia. Isso é reconhecido nos critérios de diagnóstico como uma característica do TDAH que pode dar suporte ao diagnóstico. No entanto, como esse tipo de instabilidade emocional costuma ser observado em outros problemas de saúde mental, esse é um dos motivos pelos quais não faz parte dos critérios diagnósticos essenciais e por que o TDAH pode ser confundido com outros transtornos. Em crianças, a irritabilidade excessiva pode levar ao diagnóstico de transtorno desafiador de oposição ou mesmo transtorno bipolar. Os adultos podem ser confundidos como tendo principalmente ansiedade, depressão, transtorno bipolar ou um transtorno de personalidade, particularmente naqueles com baixa autoestima significativa e problemas de sono.

Mas podemos encontrar maneiras de viver bem com o TDAH, contornando as características que atrapalham a vida e colocando mais ênfase em outras habilidades, consideradas interessantes no contexto social. Podemos treinar autocontrole, foco, atenção. Podemos modular ainda a produção de neurotransmissores com dieta adequada e suplementação. Suplementação mínima: associar Ômega-3 com TDAH Control all in one. Para individualização marque aqui sua consulta.

CURSO: NUTRIÇÃO NO TDAH

Eu tenho TDAH e não paro na cadeira nem na hora da entrevista, mas está tudo bem, sinto-me bem e a vida segue. Olha aí:

FORMAÇÃO DE INSTRUTORES DE YOGA
TESTE GRATUITO DE TDAH
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

LEPR: o gene que te faz querer beliscar (comer toda hora)

O gene LEPR, localizado no cromossomo 1, fornece informações para a produção de uma proteína denominada receptor de leptina, que participa da regulação do peso corporal. A proteína receptora da leptina é encontrada na superfície das células em muitos órgãos e tecidos do corpo, incluindo uma parte do cérebro chamada hipotálamo. O hipotálamo controla a fome e a sede, bem como outras funções, como sono, humor e temperatura corporal. Também regula a liberação de muitos hormônios que têm funções em todo o corpo.

O receptor de leptina é ligado (ativado) por um hormônio chamado leptina, que se liga (se liga) ao receptor, encaixando-se nele como uma chave em uma fechadura. Normalmente, as células de gordura do corpo liberam leptina na proporção de seu tamanho. À medida que as células de gordura se tornam maiores, elas produzem mais leptina. Este aumento na leptina indica que os estoques de gordura estão aumentando. No hipotálamo, a ligação da leptina ao seu receptor aciona uma série de sinais químicos que afetam a fome e ajudam a produzir uma sensação de saciedade (saciedade).

Foram identificadas pelo menos 18 variações (polimorfismos) do gene LEPR que causam deficiência do receptor de leptina; esse distúrbio está associado à fome excessiva, ganho maciço de peso e redução da produção de hormônios que direcionam o desenvolvimento sexual (hipogonadismo hipogonadotrópico).

Pessoas com a variante A/A do gene LEPR (rs 7799039;G2548A) tendem a beliscar o dia todo e a buscar opções ricas em gordura e carboidratos como chocolates, balas, biscoitos, salgadinhos. Mantendo este hábito o resultado final é o ganho de peso. Se beliscar for incontrolável, mantenha alimentos calóricos longe da despensa e opte por lanches mais saudáveis como frutas, castanhas, verduras picadas (cenoura ou aipo com hummus) ou mesmo shakes proteicos.

Screen Shot 2020-09-11 at 10.15.36 PM.png

Contudo, genética não é destino e pessoas com esse polimorfismo podem emagrecer e reduzir o risco cardiovascular com dieta hipocalórica e hiperproteica (Primo, Izaola, & Luis, 2020). Na gestação, mulheres AA também tendem a ganhar mais peso e apresentar aumentos de triglicerídeos plasmáticos. Por isso, o controle alimentar com restrição de carboidratos de alto índice glicêmico e controle calórico é importante (Farias et al., 2019). Outros genes também estão envolvidos no controle do apetite. Aprenda mais sobre genômica nutricional neste curso.

Pessoas com o genótipo AA do gene LEPR rs7799039 também apresentam maior risco de desenvolvimento de esclerose múltipla (Dashti et al., 2019). devendo adotar dieta antiinflamatória desde cedo, e suplementos adequados, incluindo curcumina C3 com bioperina (Shadnoush et al., 2020).

Aprenda mais sobre estratégias para prevenção e remissão de doenças autoimunes aqui. Para quem gosta das práticas tradicionais complementares indico que estude mais sobre o Ayurveda.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Você aceita bem vegetais amargos? Aceitar ou não tem a ver com sua genética e com os aprendizados ao longo da vida.

O gene TAS2R38 é conhecido como aquele que nos deixa perceber o sabor amargo. O paladar é muito importante. Por meio dele decidimos avaliamos se algo é próprio ou impróprio para o consumo, nutritivo ou tóxico. Em outras palavras, se vamos aceitar ou rejeitar determinadas comidas e sabores. O interessante é que as pessoas variam muito na forma como percebem os sabores. O que é gostoso para mim pode ser horroroso para você. Além de nossa criação, nossa genética também afeta muito nossas preferências, estado nutricional e de saúde.

Screen Shot 2020-09-14 at 2.20.45 PM.jpg

O sabor amargo, por exemplo, é percebido quando a língua entra em contato com o composto feniltiocarbamida (PTC) ou com o 6-n-propiltiouracil (PROP). Porém, dependendo da variação do gene TAS2R38 uma pessoa pode perceber mais ou menos o sabor amargo.

A sensibilidade ao amargo depende da pessoa ser capaz de detectar aminoácidos PAV (Prolina, Alanina, Valina). Indivíduos homozigotos para PAV (PAV / PAV) são classificados como superprovadores, pois são mais sensíveis ao sabor amargo (Turner et al., 2018). Estes terão maior tendência a recusar folhas amargas, brássicas (couve, repolho, brócolis), chá verde, suco de toranja, produtos de soja a não ser que tudo seja disfarçado com algo doce como o mel.

O problema é que muitos alimentos de sabor amargo são anticarcinogênicos (por exemplo, flavonóides, glucosinolatos e fenóis) e, portanto, essas descobertas podem ter implicações importantes para a saúde. Indica-se que estes alimentos sejam transformados em tortas, sucos menos amargos, disfarçados em pratos, para que todos possam colher seus benefícios.

É importante lembrar que a sensibilidade ao amargo tende a diminuir com a exposição e com a idade. Por isso, deve-se continuar tentando, já que alimentos amargos possuem vários benefícios à saúde. Além da idade, sexo, tabagismo, fatores culturais e acesso a certos alimentos influenciam a aceitação de alimentos e o risco de certas doenças como vários tipos de câncer.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags