LEPR: o gene que te faz querer beliscar (comer toda hora)

O gene LEPR, localizado no cromossomo 1, fornece informações para a produção de uma proteína denominada receptor de leptina, que participa da regulação do peso corporal. A proteína receptora da leptina é encontrada na superfície das células em muitos órgãos e tecidos do corpo, incluindo uma parte do cérebro chamada hipotálamo. O hipotálamo controla a fome e a sede, bem como outras funções, como sono, humor e temperatura corporal. Também regula a liberação de muitos hormônios que têm funções em todo o corpo.

O receptor de leptina é ligado (ativado) por um hormônio chamado leptina, que se liga (se liga) ao receptor, encaixando-se nele como uma chave em uma fechadura. Normalmente, as células de gordura do corpo liberam leptina na proporção de seu tamanho. À medida que as células de gordura se tornam maiores, elas produzem mais leptina. Este aumento na leptina indica que os estoques de gordura estão aumentando. No hipotálamo, a ligação da leptina ao seu receptor aciona uma série de sinais químicos que afetam a fome e ajudam a produzir uma sensação de saciedade (saciedade).

Foram identificadas pelo menos 18 variações (polimorfismos) do gene LEPR que causam deficiência do receptor de leptina; esse distúrbio está associado à fome excessiva, ganho maciço de peso e redução da produção de hormônios que direcionam o desenvolvimento sexual (hipogonadismo hipogonadotrópico).

Pessoas com a variante A/A do gene LEPR (rs 7799039;G2548A) tendem a beliscar o dia todo e a buscar opções ricas em gordura e carboidratos como chocolates, balas, biscoitos, salgadinhos. Mantendo este hábito o resultado final é o ganho de peso. Se beliscar for incontrolável, mantenha alimentos calóricos longe da despensa e opte por lanches mais saudáveis como frutas, castanhas, verduras picadas (cenoura ou aipo com hummus) ou mesmo shakes proteicos.

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Contudo, genética não é destino e pessoas com esse polimorfismo podem emagrecer e reduzir o risco cardiovascular com dieta hipocalórica e hiperproteica (Primo, Izaola, & Luis, 2020). Na gestação, mulheres AA também tendem a ganhar mais peso e apresentar aumentos de triglicerídeos plasmáticos. Por isso, o controle alimentar com restrição de carboidratos de alto índice glicêmico e controle calórico é importante (Farias et al., 2019). Outros genes também estão envolvidos no controle do apetite. Aprenda mais sobre genômica nutricional neste curso.

Pessoas com o genótipo AA do gene LEPR rs7799039 também apresentam maior risco de desenvolvimento de esclerose múltipla (Dashti et al., 2019). devendo adotar dieta antiinflamatória desde cedo, e suplementos adequados, incluindo curcumina C3 com bioperina (Shadnoush et al., 2020).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/