Algumas crianças precisam de ajuda para aprenderem a comer com prazer

Muitas crianças saem do leite e materno e começam a se alimentar com uma variedade de alimentos de forma fácil. Porém, existem as que recusam as novidades e vão precisar de ajuda para aprenderem a se alimentar de forma variada, nutritiva e prazerosa.

A recusa pode ser uma forma de chamar atenção de pais ausentes, mas nem sempre é o caso. Existem sim as crianças que comem de tudo na creche e nada em casa. Mas existem as crianças que não comem nem na creche, nem em casa. É um desespero. Muitas mães dizem: “li que se eu me alimentasse bem durante a gestação e amamentação meu filho comeria melhor. Fiz tudo certinho e ele só faz birra. Não sei mais o que fazer”.

OS DESAFIOS NA INTRODUÇÃO ALIMENTAR

Assim como andar, aprender a comer é um processo. Leva tempo. Os pais queixam-se que a criança não quer comer, não aceita novos alimentos, chora, faz birra, faz ânsia de vômito ou vomita, só come se for distraída (na frente da TV, celular, com “aviãozinho”). Estes desafios podem ser oriundos de vários fatores:

  • Orgânicos (doença, dor, alergias, esofagite, refluxo, alterações na anatomia de boca, cabeça, pescoço ou sistema digestivo);

  • Motores (dificuldade de mastigação, deglutição, dificuldade de levar o alimento à boca etc). Pode ser necessário tratamento com fono e/ou fisioterapeuta.

  • Sensoriais (sentem sensações diferentes em relação a aroma, sabor, textura, etc). Neste caso recomenda-se a terapia de integração sensorial.

  • Emocionais - traumas, experiências negativas, ansiedade.

  • Comportamentais - temperamento inflexível, necessidade de chamar atenção, autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento.

Estas dificuldades podem vir juntas ou separadas. A maior parte destes desafios ou comportamentos alimentares inadequados são adaptações que a própria criança cria para protegê-la de algum sofrimento ou desconforto. As causas precisam ser investigadas e a criança precisa ser apoiada ou receber tratamento adequado para que sinta-se segura e confortável na hora de comer.

Existem dois modelos a seguir neste momento:

1) modelo da extinção, correção ou modificação do comportamento considerado inadequado. Por exemplo, não comer em frente à TV. Pensar no comportamento que entrará no lugar do primeiro para que a criança possa comer?

2) modelo centrado nas habilidades de vida. Avalia as habilidades que a criança precisa desenvolver para que sinta prazer na alimentação. Pode ser que precise aprender a experimentar, a ser mais flexível, a sentar, a segurar a cabeça, a socializar etc.

Discuto mais sobre este tema neste curso.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags

Aprenda a conservar os alimentos por mais tempo

O momento atual é de redefinição global dos modos de viver. Devemos manter o isolamento social para minimizar a propagação do coronavírus. As compras podem ser feitas online mas, quando necessário, as idas aos supermercados devem ser organizadas para que você passe o mínimo de tempo possível no estabelecimento comercial.

Para manter a saúde e a imunidade limite a compra de alimentos industrializados, como salgadinhos de pacote, batatas fritas, refrigerantes, biscoitos, chocolates, balas e sorvetes. Prefira alimentos ricos em fibras, antioxidantes, proteínas e gorduras boas como frutas, verduras, arroz integral, quinoa, aveia, molho de tomate sem açúcar, laticínios, ovos, leguminosas, tofu, carnes e peixes. Ao escolher itens, procure produtos que não apresentem deterioração visível.

Ao voltar do supermercado, lave as mãos, retire todos os pacotes das caixas de cartolina, lave todas as embalagens (latas, pacotes, vidros etc) com água e sabão e borrife álcool 70% ou solução clorada. Guarde no armário. Lave as frutas e verduras antes de colocar na geladeira ou fruteira e sanitize com solução de hipoclorito de sódio (verifique instruções na embalagem). Organize sua geladeira. Se algum alimento estiver murcho, coloque-o separadamente e à frente, para ser usado primeiro.

Evitando o desperdício de alimentos

As embalagens que vão à geladeira precisam estar secas. Posicione os itens com um espaço entre eles para que o ar circule melhor. A ASBRAN (Associação Brasileira de Nutrição) publicou um guia de alimentação saudável para lidarmos melhor com o COVID-19. Traz dicas como:

Screen Shot 2020-03-30 at 11.45.12 AM.png
Screen Shot 2020-03-30 at 11.33.49 AM.png
Screen Shot 2020-03-30 at 11.46.43 AM.png

Branqueie os alimentos antes de congelar

O branqueamento é uma técnica de conservação de legumes e folhas. Nada mais é do que colocá-los em água fervente por até um minuto (dependendo da consistência do alimento, pode ser um pouco mais de tempo) e depois mergulhá-los imediatamente na água bem fria, pelo mesmo período, dando um choque térmico, evitando que os alimentos cozinhem demais.

A técnica do branqueamento faz com que os alimentos durem por muito mais tempo, porque a água presente neles se transforma em gelo, dificultando muito o crescimento de bactérias e diminuindo as reações químicas. Essa técnica preserva o valor nutricional, a coloração, o sabor e evita o desperdício, pois reduz a carga microbiana e diminui a ação enzimática natural que amadurece e estraga o alimento. Com isso aumenta o tempo de vida útil, ajudando na conservação.

Passo-a-passo da técnica de branqueamento (ASBRAN, 2020).

Passo-a-passo da técnica de branqueamento (ASBRAN, 2020).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Saúde mental e imunidade

Pânico, paranóia, tristeza, mau humor, ansiedade, raiva, tédio, luto, insônia, sensação de perda de controle... Estas experiências muito humanas estão deixando muita gente esgotada mentalmente. E o pior: o estresse mental piora ainda mais a imunidade.

O que podemos fazer, todo mundo já sabe: limitar o contato social, lavar as mãos de maneira adequada e regular, usar álcool quando não pudermos lavar as mãos, limpar o telefone e o teclado do computador todos os dias, não usar o telefone no banheiro, manter a distância das pessoas quando saímos à rua, não tocar o rosto, remover aneis para não acumular sujeira, deixar os sapatos usados na rua fora de casa, informar-se a partir de fontes confiáveis, não compartilhar informações se não souber a procedência, checar as fontes, limitar o acesso às redes sociais, se isso te estressar ainda mais.

Busque apoio nas pessoas que ama. O momento é mesmo doloroso e não há vergonha em sentir qualquer coisa que esteja sentindo. Mas reconheça o que está sentindo e aja com racionalidade. Se estiver calmo tomará melhores decisões. Por isso, medite, faça yoga, pratique exercícios em casa, ouça música, cozinhe algo saudável, beba água, tome chás, durma bem, ligue-śe à sua espirutalidade.

A pandemia do COVID-19 também pode ser uma oportunidade de automelhoramento. Você pode fazer um curso, atualizar-se, até mudar de profissão. Qualquer coisa que o faça sentir-se bem, útil, produtivo, contribuirá para sua saúde mental. Não cuidar-se é um erro. Sem dormir, sem alimentar-se bem, estressando-se assistindo a notícias complicadas 24 horas por dia, fará você cometer erros desnecessários, poderá perder oportunidades quando tudo passar, colocará sua vida e a dos outros em risco se sair por aí em pânico. Além disso, medo exagerado aumenta a pressão arterial, o risco de ataques cardíacos, derrames, diabetes, depressão. A pandemia de COVID-19 é grave mas o mundo não acabará. Só será diferente e se desacelerarmos podemos manter nossa sanidade mental e nossa saúde física para podermos ver com os próprios olhos como esse novo mundo será.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/