Nova série - transtorno dismórfico corporal

Você tem algum problema com seu corpo? A maior parte das pessoas tem. Mas para um grupo de pessoas as preocupações são gigantes, irracionais, distorcidas e falsas, gerando respostas exageradas e prejudicando as relações sociais, amorosas e de trabalho.

O transtorno dismórfico corporal (TDC) guarda relações com o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), incluindo pensamentos desagradáveis indesejados que conduzem a comportamentos compulsivos e repetitivos, tomando tempo e causando sofrimento, vergonha, reduzindo a auto-estima e, em casos mais graves, isolamento social e total incapacidade funcional.

Existe uma sensação incômoda constante de que algo não está "em ordem" ou "como deveria estar". Em ambos os transtornos as pessoas dão mais valor às impressões internas, mesmo que errôneas, ignorando percepções reais ou a opiniões alheias. Assim, pacientes com TOC verificam se a porta está fechada várias vezes e pessoas com TDC podem verificar no espelho a própria aparência uma quantidade enorme de vezes ao dia.

No primeiro vídeo da série sobre transtorno dismórfico corporal discuto a obsessão pela imagem perfeita.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Para emagrecer de forma definitiva reprograme seu cérebro

Se você já restringiu o consumo de alimentos provavelmente emagreceu. Mesmo assim, pode ter passado por um tédio alimentar e voltado a engordar. Afinal, tudo que é proibido parece mais gostoso, certo? Além disso, dietas frequentemente provocam ou agravam a compulsão (assista meus vídeos sobre o assunto clicando aqui).

É por isso que tantos estudos falham a longo prazo, independentemente do tipo de dieta adotada (paleo, low carb, jejum, pirâmide etc). Mas tenho algumas dicas para te ajudar:

  1. Mude seu pensamento e ao invés de pensar em dieta pense em sua saúde. Emagrecer pode reduzir o risco de doenças cardiovascularesdiabetes e certos tipos de câncer. A perda de gordura corporal também aumenta a disposição física e mental e reduz o risco de depressão. Pensando na saúde você fará melhores escolhas e emagrecerá sem contar calorias.
  2. Aprenda receitas saudáveis e tenha pensamentos positivos, focando em tudo o que pode comer e não no que decidiu diminuir. Mas atenção: não crie uma lista de alimentos proibidos. Lembre: pra muita gente proibição leva à compulsão!
  3. Pense como os magros. A comida do mundo não vai acabar! Você não precisa de 3 potes de sorvetes, meio bolo, uma pizza inteira. Coma devagar, saboreie, curta cada garfada e pare quando a fome for embora. Comida tem que ser fonte de prazer. Não coma se não está mais sentindo gosto de nada. Quando ficar com fome novamente poderá comer mais. 
  4. Tome conta de você. Sei que você tem muita coisa para cuidar (trabalho, estudo, família, casa, cachorro, amigos, repouso, filhos, saúde etc). Mesmo assim, você precisa se priorizar porque se seu corpo e sua mente falharem todo o resto sofre. Coloque-se na agenda e adote rotinas que aumentam seu bem estar e vitalidade.
  5. Faça uma lista dos seus prazeres e, quando estiver entediado, chateado, inseguro, procure algo na lista e saia para se divertir. Aprenda a obter prazer fora da comida. Comida não devolve o amor que está faltando na vida de ninguém. Pelo contrário, só tende a piorar as coisas. Vá em busca de outra distração ou da verdadeira resolução para o seu problema.
  6. Não se recrimine. Tudo deu errado? Trocou a salada pela coxinha, a caminhada pelo sofá? Acontece nas melhores famílias. Não se martirize, a vida é feita dessas coisas também. Mas aprenda com a experiência, pergunte-se o porque das coisas terem saído do trilho e tente fazer diferente. Deixe a culpa pra lá, ela só serve para reduzir a auto-estima e ninguém quer isso.

O cérebro pode ser treinado para nos ajudar nesse processo. Meu programa inclui:

quero emagrecer!

Este é um programa de autoconhecimento que tem como um de seus efeitos colaterais o emagrecimento. É um programa para quem quer muito mais do que um certo peso na balança, mas para quem visa o sucesso em todas as áreas da vida. 

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Transtorno dismórfico corporal não tratado está relacionado a maiores taxas de suicídio

O transtorno dismórfico corporal (TDC) é um diagnóstico psiquiátrico cujo principal componente é a intensa preocupação quanto a um defeito imaginário ou mínimo na aparência levando a incômodos ou problemas significativos no dia-a-dia. 

Observa-se uma preocupação anormal com alguma característica física ou parte do corpo (nariz, face, orelhas, pernas, queixo, seios, barriga, braços, glúteos, mãos, pés). Pessoas co o transtorno valorizam sobremaneira a estética e são definidas pela aparência que acreditam ter.

A preocupação pode ser com algo imaginado já que, na maioria dos casos, não há defeito que possa ser considerado grave no corpo ou aparência. Mesmo assim, as pessoas com TDC sentem-se inadequadas e imaginam que todas as pessoas a acham inadequada, feia, nojenta, indignas. Pensamentos recorrentes agravam a ansiedade, a angústia, sentimentos de inferioridade, tristeza. 

Quanto mais graves são estes problemas mais eles interferem no funcionamento social, familiar, nos estudos, no trabalho. Algumas pessoas choram e se desespera por conta da aparência física. Podem fugir de contatos íntimos e relações sexuais em decorrência da preocupação exagerada com aparência. Se retraem e acham difícil fazer amigos. Acham que as pessoas não a admiram por conta da aparência defeituosa. Foge de festas ou eventos sociais. Podem ter insônia em decorrência das preocupações excessivas. Sentem-se isolados. E o pior: podem  ter ataques de pânico e mesmo pensar em tirar a própria vida. 

A maior parte dos casos diagnosticados com TDC é do sexo feminino. Contudo, o problema também pode atingir homens. Aqueles que acham seus corpos feios, magros demais, pouco masculinos podem abusar, por exemplo, de atividades de levantamento de peso. O uso de recursos como injeção de óleos ou esteróides também podem trazer efeitos adversos perigosos à saúde, como mostrado na foto.

Uma pessoa insatisfeita com o nariz pode acreditar que isso é tudo o que as pessoas observam. Pode sentir-se envergonhada, humilhada, rejeitada, ansiosa pois acreditam nisso, acreditam que as pessoas a veem como um nariz ambulante.

Quando pessoas com TDC desenham a si mesmas mostram-se deformadas. Mas o problema de imagem corporal está todo na cabeça. O objetivo da terapia é apagar ou distanciar esta imagem errada ou o pensamento errado que o paciente tem de si mesmo.

O transtorno pode surgir devido a memórias do passado associadas a bullying, dificuldades da adolescência, o fato de sentirem-se diferentes ou abuso sexual. A pessoa torna-se mais auto-focada, auto-consciente e, quanto mais observa-se, mais duvida da própria aparência.

Também há uma tendência em fazer comparações com outras pessoas, avaliando-se a todo momento. Pessoas saudáveis podem até avaliarem-se como mais atraentes do que realidade são enquanto pessoas com TDC avaliam-se como menos atraentes do que são.

Para sentirem-se melhor pessoas com TDC podem recorrer a várias estratégias: camuflagem com roupas ou maquiagem, checagem frequente em espelhos, realização de tratamentos cosméticos ou cirurgias plásticas desnecessárias (Veale et al., 2014). O pensamento da pessoa com TDC pode ser:

  • Se eu descobrir como melhorar minha aparência meus problemas desaparecerão;

  • Quero saber como estou para me preparar caso alguém me humilhe;

  • Se eu não me comparar não saberei como estou.

Infelizmente, com isso o problema frequentemente piora, já que não há algo físico a ser concertado e sim um transtorno psicológico.  É por isto, que pessoas com TDC que olham-se o tempo todo no espelho não sentem-se melhor e sim pioraram o problema. Em geral, também não sentem-se satisfeitas com a aparência após procedimentos estéticos. 

O tratamento mais eficaz na atualidade é a terapia cognitivo comportamental. Em geral, o tratamento inclui técnicas específicas para o transtorno e é feito em cerca de 10 sessões com psicoterapeuta especialista na área. Medicamentos também podem ser utilizados em conjunto com a terapia. Ao longo do tratamento o paciente vai aprendendo a desafiar os próprios pensamentos, focar em outras atividades e pensar menos na própria aparência. Com isso, abre-se espaço para outros aspectos da vida, como lazer, hobbies, estudos, trabalho e relações pessoais gratificantes.

Caso tenha-se identificado busque ajuda. Você verá seus relacionamentos melhorarem, assim como sua satisfação com a vida.

Brasil - telefone 188 (CVV) - O objetivo primordial dos postos CVV é estarem disponíveis para prestar apoio emocional às pessoas que estão se sentindo propensas ou determinadas a praticar o suicídio. Para outras linhas em países da América do Sul clique aqui.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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