Experimentar alto nível de açúcar no sangue quando você está doente é a resposta natural do corpo ao estresse. Saiba por que isso acontece e o que você pode fazer para controlar o açúcar no sangue.
Todos nós já passamos por isso: você começa a se sentir mais cansado do que o normal, com calafrios, febre e talvez dor de garganta. A doença desencadeia uma série de respostas fisiológicas desagradáveis em seu corpo, mas você sabia que ela também causa um aumento temporário nos níveis de glicose no sangue? Não se preocupe - é completamente normal e, na verdade, uma parte importante de como seu corpo supera a doença.
Por que doenças ou infecções aumentam os níveis de glicose no sangue?
Estressores como febre, infecção e lesões desencadeiam uma interação altamente complexa entre o sistema nervoso, as glândulas suprarrenais e a glândula pituitária, o que aumenta certos hormônios no corpo e geram aumen to da glicemia.
Glucagon, epinefrina e norepinefrina aumentam a produção de glicose no fígado, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. Outros hormônios – como o hormônio do crescimento e os glicocorticóides – também contribuem para a diminuição da sensibilidade à insulina, especialmente nos músculos.
O corpo também recruta o sistema imunológico para combater a doença. Para isso, produz mais citocinas, pequenas proteínas que sinalizam para o sistema imunológico agir. No entanto, as citocinas podem tornar o corpo incapaz de utilizar a insulina adequadamente (ou seja, elas promovem a resistência à insulina). Como resultado dessas mudanças, seus músculos esqueléticos e fígado, os dois principais usuários de açúcar do corpo, não conseguem usar toda a glicose extra que circula na corrente sanguínea, levando a níveis glicêmicos mais altos do que o normal.
Em geral, quanto mais doente você fica, maior a probabilidade de ver uma elevação na glicose no sangue. A glicose no sangue pode permanecer alta por vários dias, enquanto os níveis desses hormônios e citocinas permanecem elevados.
Descansar é crucial quando você está doente, mas também sabemos que a inatividade, mesmo que seja de curta duração, está ligada à resistência à insulina. Quando estamos parados ou acamados, os músculos usam menos glicose, o que também contribui para a elevação da glicose no sangue.
Gerenciando os níveis de açúcar no sangue
Um leve aumento na glicose no sangue durante a doença (140-220 mg/dL) é protetor para pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Isto aumenta o fornecimento de combustível para o sistema imunológico e o cérebro, permitindo que você esteja melhor para combater a doença.
O aumento da glicemia durante a doença é uma resposta adaptativa e evolutiva e o melhor é deixar tudo como está. Dito isso, a hiperglicemia de estresse grave (> 220 mg/dL) também pode ser prejudicial, embora seja mais provável de ocorrer em pessoas com controle inadequado da glicemia, como em diabéticos.
Mesmo assim, não esqueça do autocuidado:
Beba bastante água, principalmente se estiver com febre ou diarreia. A ingestão inadequada de água está associada a mais alterações na glicemia.
Faça refeições saudáveis, evitando alimentos ultraprocessados, açucarados e pobres em fibras.
Solicite alimentos descomplicados contendo proteínas e gorduras, como sopas, salada, arroz com feijão, frutas de baixo índice glicêmico, nozes, vitaminas (smoothies) ou iogurte.
Aposte em um sono de qualidade. Duas noites de privação parcial de sono foram associadas à tolerância à glicose prejudicada. Embora a doença possa atrapalhar seu sono, dicas simples, como evitar comer tarde da noite, desligar os eletrônicos, se expor ao sol logo pela manhã, podem ajudar a melhorar a qualidade do sono.
Rastreie a sua glicose com um CGM e compare-os com seus hábitos no aplicativo Veri, que fornece uma plataforma útil para identificar melhor os padrões, ajudando-o a corrigir comportamentos prejudiciais à saúde.
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