O estresse biopsicossocial crônico gera uma exaustão mitocondrial e resultados adversos na saúde. Isto porque mitocôndrias são fundamentais para produção de energia, hormônios, cortisol, assim como na regulação da imunidade, na homeostasia de cálcio, além de processos como autofagia (Brand et al., 2013).
Sedentarismo, dieta inadequada, distúrbios do sono, uso de medicamentos, estados emocionais negativos, isolamento social, disfunções hormonais interferem no funcionamento mitocondrial. Uma mitocôndria disfuncional gera mais radicais livres, danos de DNA, deficiências energéticas, liberação de substâncias inflamatórias, contribuindo para a perpetuação dos problemas iniciais e para a aceleração do envelhecimento (Picard, & McEwen, 2019).
O estresse é bom até certo ponto. Nos faz agir. Porém, o estresse crônico aumenta a liberação de glicocorticóides que resultam em diminuição da capacidade de tamponamento do cálcio, excesso de geração de radicais livres e sensibilização à morte celular.
Cronicamente, o estresse psicológico induz mediadores metabólicos e neuroendócrinos que causam recalibrações estruturais e funcionais das mitocôndrias, que constituem a carga alostática mitocondrial (MAL).
Clinicamente, os defeitos mitocondriais primários afetam os sistemas cerebral, endócrino e imunológico que desempenham um papel nos processos psicossomáticos.
As recalibrações moleculares e funcionais nas mitocôndrias podem ser melhor caracterizadas por respostas em forma de U invertido que variam tanto em cinética quanto em amplitude, refletindo a resiliência e a (in)capacidade adaptativa do sistema (Picard, & McEwen, 2019).
Para restaurar a função mitocondrial devemos reduzir o estresse. Muitas vezes, isto exige grandes mudanças no estilo de vida e até na sociedade. Dormir cedo, fazer atividade física, comer bem, fazer terapia, cuidar dos relacionamentos, observar a carga de trabalho…
Enquanto isto podemos apoiar a função mitocondrial com suplementos como berberina, niagen, resveratrol, coenzima Q10, BioPQQ, dentre outros.