O transtorno afetivo bipolar (TAB) é uma condição psiquiátrica caracterizada por oscilações de humor extremas, que incluem episódios de mania e depressão. Estudos sugerem que essas oscilações podem estar intimamente ligadas a alterações no ritmo circadiano, o "relógio interno" do corpo que regula funções fisiológicas e comportamentais ao longo de um ciclo de 24 horas. Esse relógio é controlado por uma série de genes chamados genes do relógio, que desempenham um papel crucial na sincronização de processos corporais com os ciclos ambientais, como o dia e a noite (Chung, Kim, & Jeong, 2024).
O transtorno bipolar e o relógio biológico: o que sabemos?
1. Ritmos circadianos no transtorno bipolar
Pessoas com TAB frequentemente apresentam disfunções nos ritmos circadianos, como padrões de sono irregulares, alteração na liberação de hormônios e mudanças na temperatura corporal. Essas irregularidades podem preceder ou exacerbar episódios de mania ou depressão, sendo a primeira comumment mais ligada a avanço de fase (pacientes que dormem mais tarde) e a depressão mais ligados a atraso de fase (pacientes que sentem sono mais cedo).
2. O papel dos genes do relógio
Genes como CLOCK, BMAL1, PER e CRY são essenciais para o funcionamento do relógio circadiano. Estudos genéticos indicam que variações nesses genes podem aumentar a vulnerabilidade ao transtorno bipolar. Por exemplo, mutações no gene CLOCK estão associadas a um maior risco de episódios maníacos. Esses genes influenciam neurotransmissores, como a dopamina, que têm um papel central na regulação do humor. Aprenda mais sobre genômica aqui.
3. Perspectivas terapêuticas
Compreender a relação entre os genes do relógio e o transtorno bipolar abre novas possibilidades terapêuticas. Tratamentos que buscam estabilizar o ritmo circadiano, como a terapia de luz e a higiene do sono, têm mostrado eficácia no manejo dos sintomas do transtorno. Intervenções futuras podem incluir intervenções baseadas na genética para corrigir disfunções circadianas, além de reforçar abordagens atuais, como estabilizadores de humor. Essa conexão entre biologia e comportamento reforça a importância de um manejo integrado que considere o ritmo biológico do paciente. Aprenda mais sobre genômica aqui.