Sintomas de TDAH e correlação com circuitos neurais

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem uma fisiopatologia complexa. São várias as regiões e circuitos neurais afetados. As figuras abaixo mostram algumas das regiões implicadas por estudos de neuroimagem estrutural e funcional.

As regiões do cérebro implicadas no TDAH são unidas por redes neurais ricas em noradrenalina (norepinefrina) e dopamina, dois neurotransmissores importantes para controle de funções como atenção, controle inibitório, planejamento e motivação.

Principais sintomas do TDAH:

  1. Desatenção

  2. Hiperatividade

  3. Impulsividade

Principais circuitos cerebrais envolvidos:

1. Circuito fronto-estriatal (ou fronto-basal ganglionar)

  • Áreas envolvidas:

    • Córtex pré-frontal dorsolateral: responsável por atenção e memória de trabalho.

    • Estriado (núcleo caudado e putâmen): envolvido no controle motor e na seleção de ações.

  • Disfunção observada no TDAH:

    • Déficits no controle inibitório e na regulação do comportamento.

    • Dificuldade em manter atenção e organizar tarefas.

2. Circuito cingulo-frontal

  • Áreas envolvidas:

    • Córtex cingulado anterior (CCA): monitora conflitos, regula atenção e emoções.

  • Disfunção observada:

    • Dificuldade em focar e manter a atenção seletiva.

    • Aumento da distração por estímulos irrelevantes.

3. Circuito fronto-cerebelar

  • Áreas envolvidas:

    • Córtex pré-frontal e cerebelo (especialmente o vermis cerebelar).

  • Função: Coordenação motora fina, timing e controle cognitivo.

  • Disfunção observada:

    • Hiperatividade motora.

    • Problemas com o timing e com a regulação de respostas.

4. Sistema dopaminérgico mesocorticolímbico

  • Áreas envolvidas:

    • Área tegmental ventral (VTA), núcleo accumbens, córtex pré-frontal ventromedial.

  • Função: Motivação, recompensa, tomada de decisão.

  • Disfunção observada:

    • Redução na sensibilidade à recompensa retardada.

    • Preferência por gratificação imediata (impulsividade).

Muitos medicamentos usados no TDAH (como metilfenidato e anfetaminas) aumentam a dopamina e a noradrenalina nos circuitos fronto-estriatais e mesolímbicos, melhorando a atenção e o controle inibitório.

Intervenções comportamentais também visam fortalecer o autocontrole e a gestão da atenção, muitas vezes através de estratégias que estimulam o córtex pré-frontal.

A nutrição também desempenha um papel importante no manejo do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), embora ela não seja um tratamento isolado ou substituto para terapias convencionais, como a medicação e a psicoterapia. No entanto, uma alimentação adequada pode ajudar a melhorar sintomas como desatenção, impulsividade e hiperatividade. Aprenda mais no curso online Nutrição no TDAH.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/