Neuroplasticidade na mulher na menopausa

O cérebro não é um órgão estático. Pelo contrário, está constantemente sofrendo mudanças desencadeadas pelas experiências, estilo de vida e fatores ambientais. A neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de sofrer rearranjo sináptico como resposta a estímulos recorrentes. É uma característica notável no cérebro que permite que os neurônios se conectem e se rearranjem em resposta a estímulos internos e externos.

Muitos estímulos coletivamente chamados de "fatores epigenéticos" influenciam fortemente a reorganização estrutural e funcional do cérebro, agindo assim como um potencial impulsionador da plasticidade neural. Metilação e desmetilação do DNA, acetilação e desacetilação de histonas são alguns dos mecanismos epigenéticos de linha de frente por trás da plasticidade neural.

A plasticidade das espinhas dendríticas é necessária para a formação da memória, que ocorre no córtex pré-frontal medial (CPF) e no hipocampo. A memória muda de acordo com os níveis de estrogênio na mulher durante sua vida. A elevação nos níveis de estrogênio aumenta a densidade da espinha dendrítica e o desempenho da memória no CPF e no hipocampo. A queda de estrogênio na menopausa afeta a memória.

Estimular neurotrofinas e BDNF é fundamental para que a mulher consiga manter boa memória por toda a vida. O BDNF é um membro da família das neurotrofinas. As proteínas neurotrofinas desempenham um papel importante no rearranjo sináptico. A depleção de BDNF compromete a neuroplasticidade, a sinaptogênese, a aprendizagem e a memória.

O BDNF compartilha alvos, efeitos e mecanismos de ação comuns para os receptores de estrogênio (ERs) e tirosina quinase B (TrkB). Ambos os receptores estão associados à diferenciação e plasticidade dos neurônios encontrados no hipocampo. Eles controlam funções neurobiológicas gerais no aprendizado e na memória.

A alteração na sinalização do BDNF é um dos principais fatores no desenvolvimento de doenças como a doença de Alzheimer, doença de Huntington e depressão. Assim, mulheres devem aumentar a prática de atividade física, um dos importantes estímulos para BDNF. Nutrientes como ômega-3, zinco, vitamina D e fitoquímicos, como curcumina do açafrão, resveratrol das frutas roxas, epigalocatequina galato do chá verde e quercetina das maçãs e cebolas também estimulam BDNF. Por fim, muitas mulheres beneficiam-se da reposição hormonal.

A neuroplasticidade também pode ocorrer como consequência de modificações epigenéticas, como metilação e acetilação. Deficiências nutricionals, especialmente complexo B compromentem estes processos. Assim, consultar um nutricionista nesta fase da vida é fundamental.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/