A psicose é caracterizada por sintomatologia complexa, manifestando-se através de perda de contato com a realidade, alucinações (ouvir vozes, ver coisas que não existem), delírios (crenças falsas e fixas), pensamento desorganizado.
Causas da Psicose
As causas exatas da psicose ainda não são completamente compreendidas, mas diversos fatores podem contribuir para seu desenvolvimento, incluindo:
Genética: A predisposição genética aumenta o risco de desenvolver psicose, especialmente em condições como esquizofrenia e transtorno bipolar.
Neurobiologia: Desequilíbrios nos neurotransmissores, como a dopamina, e alterações na estrutura e função do cérebro podem desempenhar um papel importante.
Fatores ambientais: Estresse, traumas, uso de substâncias psicoativas, infecções, disbiose intestinal, deficiências nutricionais, alterações imunes, podem desencadear ou agravar a psicose em indivíduos vulneráveis.
Condições médicas: Algumas condições médicas, como tumores cerebrais, doenças autoimunes e infecções, podem causar sintomas psicóticos.
Transtornos mentais e psicose
A psicose pode ocorrer em diversas doenças psiquiátricas, cada uma com suas particularidades. As principais são esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão maior,
Esquizofrenia: transtorno mental crônico grave, mas também do neurodesenvolvimento, com uma apresentação complexa e sintomas complicados e diversos. Caracteriza-se por uma combinação de sintomas positivos (alucinações, delírios), sintomas negativos (apatia, embotamento afetivo) e distúrbios cognitivos. É o transtorno mais associado à psicose.
Transtorno Bipolar: durante os episódios maníacos ou mistos do transtorno bipolar, os indivíduos podem apresentar sintomas psicóticos, como grandiosidade delirante e alucinações.
Depressão Maior: em casos de depressão grave, podem ocorrer sintomas psicóticos congruentes com o humor, como delírios de ruína ou culpa.
Transtorno Psicótico Breve: episódios psicóticos que duram pelo menos um dia, mas menos de um mês, sem causa identificável.
Transtorno Esquizoafetivo: combina características da esquizofrenia e do transtorno do humor, com a presença de sintomas psicóticos e episódios de humor.
Transtorno Psicótico Induzido por Substâncias: a utilização de drogas ou álcool pode desencadear sintomas psicóticos.
Outras condições que podem causar psicose:
Doenças neurológicas: Doença de Alzheimer, demência com corpos de Lewy, tumores cerebrais, etc.
Doenças sistêmicas: Lúpus, infecções do sistema nervoso central.
Uso de medicamentos: Corticosteroides, alguns anti-hipertensivos.
Manejo nutricional da psicose
Embora a psicose seja predominantemente tratada com medicamentos antipsicóticos, pesquisas recentes têm explorado abordagens complementares, como a dieta cetogênica, o tratamento da disbiose intestinal e a modulação da função mitocondrial, como complemento do tratamento principal.
Dieta Cetogênica: A dieta cetogênica, rica em gorduras e pobre em carboidratos, induz o corpo a produzir corpos cetônicos como fonte de energia. Estudos preliminares sugerem que essa dieta pode ter efeitos benéficos em alguns pacientes com psicose, possivelmente ao reduzir a neuroinflamação, melhorar a função mitocondrial, modular a neurotransmissão e restaurar a conexão sináptica.
Tratamento do Intestino: O intestino e o cérebro estão conectados por meio do eixo intestino-microbiota-cérebro. Desequilíbrios na microbiota intestinal podem influenciar a inflamação e a função cerebral, potencialmente contribuindo para o desenvolvimento de sintomas psicóticos. O tratamento do intestino, como o uso de probióticos e prebióticos, pode ajudar a restaurar o equilíbrio da microbiota e aliviar os sintomas.
Disfunção Mitocondrial: As mitocôndrias são as "usinas de energia" das células. A disfunção no metabolismo energético e o estresse oxidativo aumentados geralmente coincidem com o desenvolvimento da psicose. Disfunções mitocondriais podem contribuir para o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo doenças psiquiátricas. A modulação da função mitocondrial, através de nutrientes e compostos bioativos, pode ser uma estratégia terapêutica promissora para a psicose.
Correção de deficiências nutricionais: carências de nutrientes, como resultado de ingestão insuficiente ou de absorção inadequada, são fator de risco para transtornos mentais. Vitaminas do complexo B (em especial B6, B9, B12) são fundamentais para a síntese de DNA, proteínas, neurotransmissores e a carência está envolvida na maior propensão a psicose. Uma das causas é o aumento da homocisteína que leva a vasculopatias, ruptura da barreira hematoencefálica e neurodegeneração. Outro nutriente importante é a vitamina D, nutriente importante para o sistema dopaminérgico.
Resposta imune exacerbada: uma das hipóteses para a psicose é a de que a dificuldade de processamento de certas substâncias (como o glúten) geraria alterações de membranas, reações imunes e neuroinflamação. Anticorpos antigliadina podem estar mais elevados em indivíduos com psicose. Neste subgrupo de pacientes a dieta com exclusão de glúten e outros alérgenos é indicada.
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