A dieta cetogênica tem ganhado atenção em estudos sobre transtornos neurológicos, incluindo o transtorno bipolar. Ela é uma dieta com baixo carboidrato, alto teor de gordura e consumo moderado de proteínas, que visa induzir o corpo a um estado chamado cetose, onde ele passa a usar gorduras como principal fonte de energia, em vez de carboidratos.
Efeitos da Dieta Cetogênica no Transtorno Bipolar:
Embora ainda seja uma área de pesquisa emergente, alguns estudos sugerem que a dieta cetogênica pode ter efeitos benéficos no tratamento do transtorno bipolar. Aqui estão alguns pontos importantes a considerar:
Estabilização do Humor: A dieta cetogênica pode influenciar positivamente a estabilidade do humor. Isso ocorre devido ao impacto da cetose no sistema nervoso, que pode ajudar a regular neurotransmissores como o GABA (ácido gama-aminobutírico) e o glutamato, ambos envolvidos no equilíbrio do humor.
Efeitos Neuroprotetores: A cetose tem mostrado efeitos neuroprotetores, ajudando a reduzir a inflamação cerebral e o estresse oxidativo. Esses efeitos podem ser benéficos em distúrbios neurológicos, incluindo o transtorno bipolar.
Melhora no Controle da Impulsividade: Alguns pacientes com transtorno bipolar têm dificuldades em controlar impulsos durante episódios de mania. Estudos indicam que a dieta cetogênica pode reduzir essa impulsividade e ajudar no controle emocional.
Redução de Sintomas de Depressão: Em alguns estudos, a dieta cetogênica tem mostrado melhorar os sintomas depressivos em pessoas com transtorno bipolar. Embora mais pesquisas sejam necessárias, a dieta pode influenciar a atividade cerebral e ajudar a reduzir sintomas de depressão.
Considerações Importantes:
Monitoramento: A dieta cetogênica não deve ser adotada sem orientação nutricional, especialmente para pessoas com transtorno bipolar, pois ela pode interagir com medicamentos usados no tratamento da condição, como estabilizadores de humor e antipsicóticos.
Efeitos Colaterais: Como qualquer dieta restritiva, a cetogênica pode ter efeitos colaterais, como constipação, desequilíbrio de eletrólitos, cetoacidosis (em casos extremos) e carências nutricionais, que precisam ser monitorados de perto.
Apoio Psicoterapêutico: A dieta cetogênica pode ser um complemento ao tratamento tradicional (medicação e psicoterapia), mas não substitui essas abordagens. O acompanhamento psicológico e psiquiátrico é essencial.
Como é o passo a passo?
Realização de consulta nutricional em que pode ser analisado:
alergias, intolerâncias
uso de medicamentos e suplementos
avaliação laboratorial (hemograma, lipidograma, enzimas hepáticas, glicemia, hemoglobina glicada, perfil de carnitinas etc)
avaliação de indicações e contra-indicações
perfil genético
2. Educação nutricional sobre a dieta e o que esperar
3. Cálculo da dieta com ajuste dos macronutrientes
4. Preparo, compras, montagem do cardápio. Inclui:
limpeza da dieta anterior
substituição de medicamentos e suplementos contendo açúcares
Após o início da dieta ajustes serão feitos a partir do monitoramento de corpos cetônicos.