Programação metabólica e saúde por toda a vida

A saúde da mãe é premissa para uma vida intrauterina bem-sucedida. Esta mulher pode apoiar-se no saber de vários profissionais para que ao longo da vida seja saudável e possa gerar também vidas saudáveis.

O cuidado deve começar antes da gravidez. Cuidados básicos (alimentação saudável, atividade física, baixa exposição a toxinas como álcool, cigarro e drogas), exames de rotina para correção de possíveis carências nutricionais, problemas hormonais ou outros desvios da normalidade.

Quando desejar engravidar a mulher deve buscar o ginecologista para investigação de fatores de risco e também nutricionista e psicólogo para potencializar fatores de proteção física e biopsicossocial. Grande parte do bem estar materno depende da nutrição adequada e da saúde mental. Estes profissionais continuam sendo fundamentais durante a gravidez e no período neonatal.

O bebê também deverá receber cuidados neonatais, que incluem a avaliação do neurodesenvolvimento e, em caso de desvios, encaminhamento para terapias adequadas, como integração neurosensorial-motora.

Dependendo das características do recém-nascido os cuidados da criança serão posteriormente confiados ao pediatra, que fornecerá sugestões para um desenvolvimento físico e neuropsicomotor positivo. Em caso de anormalidades clínicas, o pediatra orienta caminhos diagnósticos e intervenções interdisciplinares precoces com base nos achados clínicos e laboratoriais.

Em caso de anomalias motoras e/ou sociocomunicativas, o pediatra consulta o neuropsiquiatra, que deverá considerar a inclusão de ferramentas diagnósticas padronizadas para transtornos do neurodesenvolvimento.

Por exemplo, crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) deverão receber por avaliações diagnósticas adicionais (neurofisiologista, geneticista), avaliação funcional e intervenções psicoeducacionais baseadas em evidências oportunas.

O neuropsiquiatra orquestra a cooperação de numerosos profissionais (psicólogo, educador, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo), monitora os resultados e adapta os apoios de acordo com as competências e necessidades em evolução. Paralelamente ao neuropsiquiatra, o pediatra solicita uma avaliação clínica de acordo com as comorbilidades esperadas no TEA, envolvendo nomeadamente gastroenterologista, alergista-imunologista e nutricionista.

A estreita colaboração destes profissionais permite uma melhor evolução da criança até a fase adulta. Outros profissionais poderão ser necessários ao longo dos anos afim de garantir saúde por toda a vida. Mas tudo deve estar assentado na família e seu papel fundamental na saúde e bem estar de todo indivíduo.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/