Estresse aumenta perda de magnésio e risco de enxaqueca

Do ponto de vista da neurobiologia, o estresse é um sistema adaptativo que continuamente avalia e interage fisicamente, fisiologicamente ou psicossocialmente com o meio ambiente. Quando esse sistema de estresse está sobrecarregado, os riscos à saúde aumentam, incluindo problemas digestivos, tensão muscular, dores de cabeça, aumento da pressão sanguínea, resistência insulínica.

Um das consequências do estresse é a espoliação do magnésio. O magnésio é um nutriente fundamental, cujo papel na saúde humana é amplamente reconhecido. Entre os sintomas da deficiência de magnésio destacam-se a fadiga, irritabilidade e aumento da ansiedade.

Estima-se que um corpo humano adulto contenha cerca de 21 a 28 g de magnésio, 50 a 60% dos quais são armazenados nos ossos, com o restante distribuído em tecidos moles, como músculos. O magnésio também é um componente essencial do líquido extracelular (LEC) e do líquido cefalorraquidiano (LCR) no sistema nervoso central.

O magnésio é absorvido principalmente nas partes distais do intestino delgado e armazenado principalmente nos ossos, onde serve como reservatório para manter o equilíbrio com sua concentração extracelular. Os rins desempenham um papel crítico na homeostase do magnésio, eliminando seu excesso. O magnésio entra no cérebro através da barreira hematoencefálica.

Muitos fatores podem afetar o equilíbrio de magnésio: uma dieta rica em sódio, cálcio e proteína, o consumo de cafeína e álcool e o uso de certos medicamentos, como diuréticos, bomba de prótons e inibidores ou antibióticos, que podem causar menor retenção de magnésio. Em indivíduos saudáveis, algumas condições fisiológicas como gravidez, menopausa e o próprio envelhecimento geram mudanças na necessidade de magnésio.

Condições patológicas, particularmente aquelas que afetam a absorção e a eliminação de nutrientes (por exemplo, diabetes, comprometimento da função renal e estresse fisiológico), também podem resultar em perda significativa de magnésio ou má absorção. Vários estudos mostram que níveis mais baixos de magnésio estão envolvidos no curso de vários transtornos mentais, especialmente a depressão. A deficiência também aumenta a incidência de crises de enxaqueca.

Suplementação para enxaqueca

A enxaqueca é um distúrbio neurológico que afeta aproximadamente 15% das pessoas em todo o mundo. Para meus pacientes com enxaqueca gosto de prescrever a combinação de:

  • Riboflavina - 100 a 200 mg/dia (reduz excitabilidade)

  • Magnésio - 400 a 600 mg/dia (quelado, citrato, citrato-malato)

  • Coenzima Q10 - 150 a 300 mg/dia (antiinflamatório)

Estes suplementos podem ser associados à outros, a depender do caso: piridoxina, metilcobalamina, metilfolato, vitamina C revestida, D-alfatocoferol, colecalciferol, taurina, teanina, glicina, probióticos, fitoterápicos (com Vitex agnus castus na TPM, ou a combinação de Magnolia officinalis, Melissa officinalis, Matricharia camomilla, Passiflora incarnata) e ômega-3.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/