ELEVAÇÃO DE INSULINA E INFERTILIDADE

De acordo com um estudo publicado pela Universidade da Carolina do Norte, 88% dos americanos são metabolicamente não saudáveis, um sinal característico de resistência à insulina (Araújo, Cai, & Stevens, 2019). Em vários outros países, com o mesmo estilo de vida, isto não é diferente. O Dr. Ben Bikman, professor da BYU e cientista metabólico, adverte sobre os perigos que acompanham essa estatística preocupante.

Em seu livro Why We Get Sick, Bikman explica que a resistência à insulina é perigosíssima, e frequentemente está envolvida em doenças crônicas, incluindo a doença de Alzheimer, doença hepática gordurosa não alcoólica e até infertilidade.

Como muitos, Bikman já pensou que o gerenciamento de insulina era relevante apenas para aqueles com risco de diabetes tipo 2. No entanto, sua própria pesquisa provou que ele estava errado e, hoje, acredita que o controle dos níveis de insulina é importante para todos.

Quanto mais carboidratos comemos, mais ficamos resistentes à este hormônio. Porém, mais o pâncreas esforça-se, jogando na corrente sanguínea quantidades cada vez maiores. Ou seja, é uma situação de resistência junto com a hiperinsulinemia. Isto pode progredir para elevação de carboidratos na corrente sanguínea (pré diabetes e diabetes). Qualquer pessoa que luta contra a resistência à insulina experimenta células resistentes à insulina e hiperinsulinemia.

Infertilidade em mulheres

Nas mulheres, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) é o principal desregulador da fertilidade. Uma característica da SOP é a superabundância de hormônios masculinos, que pode levar a ciclos menstruais anormais e, por fim, à infertilidade.

Bikman descreve a SOP como uma “doença do excesso de insulina” ou “hiperinsulinemia”, porque o hormônio insulina na verdade inibe a conversão da testosterona em estrogênio.

Todo estrogênio (hormônio sexual feminino) começou como testosterona (hormônio sexual masculino), tanto em homens quanto em mulheres. Com níveis normais de insulina, a testosterona se converte em estrogênio, conforme o esperado.

Se insulina está alta, testosterona também fica mais alta e aparecem pelos na face e dificuldade de ovular e engravidar. Gerenciar os níveis de insulina pode ser uma maneira mais segura e eficaz de tratar a SOP – e diminuir a infertilidade em mulheres.

Resistência insulínica e disfunção erétil

Nos homens, a disfunção erétil é a causa mais comum de infertilidade. Níveis normais de insulina induzem a expansão dos vasos sanguíneos ou “vasodilatação”, uma função necessária para que ocorra a ereção. Quando os vasos sanguíneos são resistentes à insulina, no entanto, eles permanecerão contraídos, apesar dos melhores esforços da insulina.

No caso da disfunção erétil, mesmo grandes quantidades de insulina não conseguem expandir os vasos sanguíneos resistentes. “Muito de algo causará resistência a esse algo”, explica Bikman. Este é um princípio biológico fundamental. Isso ocorre em casos de consumo crônico de álcool ou café. Vamos ficando resistentes à estas bebidas, o que não é bom.

As principais causas da resistência à insulina incluem um aumento nos hormônios do estresse, inflamação e, como enfatiza Bikman, níveis de insulina cronicamente elevados pelo consumo excessivo de carboidratos. As terapias metabólicas são estratégias que ajudam a restaurar o funcionamento mitocondrial, a produção energética e a saúde celular.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/