O diabetes Mellitus do tipo 2 é uma doença metabólica comum em todo o mundo. Aumenta o risco de problemas cardiovasculares, cegueira, demência, inflamação. Mudanças no estilo de vida são fundamentais para o controle da doença e entre as recomendações dietéticas destacam-se
Consumo de vegetais com baixo teor de amido;
Eliminação de alimentos ricos em açúcar e farinha refinada;
Redução dos carboidratos totais e aumento de proteínas e gorduras saudáveis;
Redução ou eliminação do consumo de álcool.
As duas dietas mais aconselhadas, de acordo com estudos recentes são a dieta mediterrânea e a dieta cetogênica. A dieta mediterrânea caracteriza-se por alto consumo de vegetais da estação, consumo reduzido de carboidratos refinados e alimentos açucarados. A dieta cetogênica é uma dieta de baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura.
Em um estudo clínico, 40 participantes, com idade média de 60,5 anos, IMC entre 22,7 e 39,7 kg/m², com diagnostico de pré-diabétes (HbA1c de 5,7 a 6,4% ou glicemia em jejum de 100 – 125 mg/dL) ou diabetes tipo 2 (HbA1c ≥6,5% ou glicemia de jejum ≥126 mg/dL) foram divididos em dois grupos.
Um grupo fez a dieta cetogênica e foi orientado a manter o consumo de carboidratos entre 20 a 50 gramas ao dia, com 1,5g de proteína por quilo de peso e o restante das calorias provenientes de gorduras boas. A dieta também continha 3 porções ou mais por dia de vegetais sem amido e garantia boa hidratação.
O outro grupo fez a Dieta Mediterrânea. Foi orientado a evitar açúcar e grãos refinados, seguindo uma dieta prioritariamente baseada em vegetais de todos os tipos, leguminosas, frutas, grãos integrais, castanhas, sementes, peixe como proteína animal prioritária e azeite de oliva como gordura prioritária.
Os participantes receberam em suas casas, durante as 4 semanas inicias, todas as refeições necessárias para a intervenção. Nas 8 semanas seguintes os participantes foram orientados a preparar suas refeições em casa, seguindo o modelo das 4 primeiras semanas. Foi fornecido um livro de receitas para cada grupo. Após essa intervenção os indivíduos foram orientados a continuar esse padrão alimentar ou a voltar a sua alimentação comum.
Resultados da intervenção dietética:
Ao receber a dieta em casa, durante as 4 primeiras semanas, a adesão a dieta foi semelhante em ambos os grupos, depois caiu um pouco. Em vários pontos durante o estudo, os pesquisadores coletaram amostras de sangue para avaliar o controle da glicemia, controle lipídico, peso corporal e outras medidas clínicas. Ao longo do estudo, os participantes também foram entrevistados sobre sua adesão e satisfação com as dietas.
Trinta e três participantes concluíram o estudo, com vários desistindo devido a interrupções do COVID-19.Os níveis de HbA1c (hemoglobina glicada) diminuíram em ambos grupos e não houve diferença significativa entre as dietas. Para o grupo que seguiu a dieta cetogênica houve uma redução de triglicerídeos e aumento significativo de LDL, enquanto o grupo dieta mediterrânea teve uma diminuição no LDL.
A perda de peso foi semelhante mas os pacientes que seguiram a dieta cetogênica consumiram menos fibras, tiamina, vitaminas B6, C, D e E e fósforo. Apenas a vitamina B12 foi maior na dieta cetogênica. Foi mais difícil para o grupo na dieta cetogênica manter a dieta a longo prazo (Garner et al., 2022).
Para os pesquisadores não houve nenhum benefício geral adicional para a saúde em cortar legumes, frutas e grãos integrais para alcançar uma dieta com baixo teor de carboidratos. Para pessoas com diabetes ou pré-diabetes, a dieta mediterrânea menos restritiva foi igualmente eficaz no controle da glicose e provavelmente mais sustentável.
Neste curso online (prevenção e controle do diabetes) e no curso dieta cetogênica passo a passo explico as dietas aplicadas ao diabetes para você testar e decidir qual é a melhor opção no seu caso.
