A microbiota intestinal possui efeitos locais e sistêmicos. No intestino, contribui para a absorção de nutrientes, para a síntese de vitaminas, metabolismo de hormônios, fermentação de carboidratos, melhoria da função de barreira, treinamento do sistema imune, competição com bactérias patogênicas, produção de ácidos graxos de cadeia curta, com potencial antiinflamatório e de prevenção no câncer colorretal.
Sistemicamente, melhora o metabolismo, a função neurológica, comportamental, cognitiva, cardíaca. Reduz inflamação e melhora imunidade. Combate obesidade, resistência insulínica, além de reduzir o risco de vários tipos de câncer, como mama, pâncreas, próstata, sarcoma, ovários, fígado etc.
Em condições fisiológicas, as bactérias comensais do lúmen intestinal são impedidas de translocar através da mucosa intestinal por uma barreira epitelial intacta coberta por uma grossa camada de muco, pouco permeável aos microrganismos.
Alguns medicamentos para o tratamento do câncer causam danos à camada de muco, o que perturba a integridade da barreira e permite que as bactérias penetrem na lâmina própria, que fica abaixo do epitélio. Bactérias translocadas ativam células imunes inatas e iniciam inflamação local e sistêmica.
A depuração do tumor varia com base no tipo de tratamento e nas espécies microbianas presentes no intestino. Um intestino mais saudável, diverso e estável é mais protetor contra o câncer e apoia de forma positiva o tratamento.
Probióticos podem ter um efeito sinérgico à quimiterapia citotóxica. Por exemplo, L. acidophilus potencializa o efeito da cisplatina e oxaliplatina. Lactobacillus johnsonii potencializa o efeito da ciclofosfamida. Já bifidobactérias (fragilis, breve, longum, adolescentis) potencializam o efeito da imunoterapia Anti-CTLA4 e Anti-PDL1 (Roy, & Trinchieri, 2017).
Um dos mecanismos dos probióticos é aumentar células NK (efeito antitumoral) (Aziz, &. Bonavida, 2016). Para que estas bactérias benéficas sobrevivam no intestino precisarão de fibras.
Um alimento bastante benéfico para estes pacientes é a biomassa ou a farinha de banana verde. Este alimento é rico em amido resistente que ajuda a aumentar a quantidade de butirato no intestino. Outras fibras que contribuem para o aumento de butirato são goma guar parcialmente hidrolisada, inulina e beta-glucana.
Alimentos prebióticos devem ser aumentados na dieta. Boas opções: banana verde (gosto não é tão bom quanto o da biomassa, mas pode picar e congelar e bater no suco), batata doce, batata yacon, raiz de chicória, alho, cebola, aspargos, alcachofra, dente de leão e bardana.
Alguns nutrientes e compostos bioativos também têm o pontecial de influenciar a acetilação de histonas e favorecer o tratamento oncológico, como colecalciferol (vitamina D), curcumina, resveratrol, quercetina, garcinol e claro, o butirato (Calcagno et al., 2019).
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