O tipo de microorganismos que compõem a microbiota intestinal varia bastante a depender da genética de cada um, imunidade, dieta, prática de atividade física, contato com toxinas, níveis de estresse. Além disso, o câncer, a quimioterapia e a radiação também alteram esta microbiota de forma negativa, reduzindo a qualidade de vida e aumentando a morbimortalidade do paciente.
Por exemplo, acompanhamento de 28 pacientes com linfoma não-Hodkin mostrou que a microbiota mudou negativamente ao longo do tratamento quimioterápico, com redução de espécies benéfica, aumento de bactérias gram negativas patogênicas e gerando desequilíbrio grave funcional (Montassier et al., 2015).
Uma dieta com quantidades adequadas de fibra facilita a produção de butirato e melhora a qualidade da microbiota, com um perfil menos inflamatório. Um dos suplementos indicados para estes pacientes é o próprio butirato (C4). As terapias que alteram positivamente a microbiota reduzem os danos à integridade da barreira mucosa intestinal. Estes danos são frequentemente gerados pela própria quimio e radioterapia.
O butirato é uma fonte de nutrição para as células epiteliais intestinais e interage com células dendríticas por meio de receptores acoplados à proteína G e outros mecanismos para induzir células T naive a se diferenciarem em diferentes tipos de células do tipo T reguladoras (Treg). O butirato também possui efeitos modulatórios epigenéticos, alterando a acetilação de histonas (via histona desacetilase - HDAC) e metilação do DNA, melhorando o prognóstico do paciente. Isto porque ajuda a parar a angiogênese e estimular a apoptose tumoral (Severyn, Brewster, & Andermann, 2019; Belcheva, Irrazabal, & Martin, 2015).
Um alimento bastante benéfico para estes pacientes é a biomassa ou a farinha de banana verde. Este alimento é rico em amido resistente que ajuda a aumentar a quantidade de butirato no intestino. Outras fibras que contribuem para o aumento de butirato são goma guar parcialmente hidrolisada, inulina e beta-glucana.
Alimentos prebióticos devem ser aumentados na dieta. Boas opções: banana verde (gosto não é tão bom quanto o da biomassa, mas pode picar e congelar e bater no suco), batata doce, batata yacon, raiz de chicória, alho, cebola, aspargos, alcachofra, dente de leão e bardana.
Alguns nutrientes e compostos bioativos também têm o pontecial de influenciar a acetilação de histonas e favorecer o tratamento oncológico, como colecalciferol (vitamina D), curcumina, resveratrol, quercetina, garcinol e claro, o butirato (Calcagno et al., 2019).
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