Qual é a diferença entre as gorduras ômega e por que isso importa? Bem, quando o tipo e quantidade das gorduras que escolhe estão em dequilíbrio, a inflamação do corpo aumenta.
Diferenças entre os tipos de ômega
As gorduras do tipo ômega são do tipo poliinsaturadas. Isto significa que possuem ligações duplas entre os carbonos. O ômega descreve a posição em que a primeira ligação encontra-se. Gorduras poliinsaturadas do tipo ômega-3 possuem a primeira dupla ligação no carbono 3 a partir do radical metil (CH3). Ômega-6 possui a primeira dupla ligação no carbono 6 e ômega-9 no carbono 9. Isto muda as características do óleo.
Nosso organismo não consegue sintetizar dois tipos de ácidos graxos, que são considerados essenciais e devem ser obtidos a partir da dieta: o ácido linoleico (ômega-6) e o ácido linolênico (ômega-3). Conseguimos produzir vários outros tipos de ômega-6, ômega-3, ômega-9, além de gordura saturada e colesterol.
Ômega-3
Os ômega-3 são gorduras essenciais que compõem as membranas celulares. Para os seres humanos, os mais importantes são ALA, EPA e DHA, sendo que não produzimos ALA (ácido linolênico).
Juntos, EPA, DHA e ALA têm sido associados à redução da inflamação, garantia de melhor neurodesenvolvimento e saúde mental. Entre as fontes dietéticas estão os peixes gordos, a semente de linhaça e as nozes.
Ômega 6
Existem vários tipos de ômega-6, mas não produzimos o ácido linoleico (AL), que deve ser obtido a partir da dieta. Nosso corpo é capaz de converter AL em gorduras ômega-6 mais longas, como o ácido araquidônico (AA), uma de nossas principais fontes de energia.
O ácido araquidônico (ARA) livre também modula a função dos canais iônicos, de receptores e enzimas, tanto por ativação quanto por inibição. Os metabólitos derivados da oxidação do ARA contribuem para a inflamação aguda e cicatrização de feridas.
A inflamação aguda não é ruim. Se você bater o dedinho do pé na mesinha de centro da sala, o dedinho vai doer, ficar vermelho, inchar. Essa inflamação é a forma do seu corpo lidar com essa agressão. Neste período você terá mais cuidado com esse dedinho para não bater e doer de novo.
Além disso, os endocanabinóides são derivados de ARA, sendo extremamente importantes para a sinalização de recompensa cerebral, processos motivacionais, emoção, respostas ao estresse, dor e equilíbrio energético.
O problema é que a dieta ocidental costuma ser muito mais rica em ômega-6 do que ômega-3. São fontes de ômega-6: óleo de soja, óleo de milho, óleo de canola, castanhas, nozes, carnes, ovos.
Uma proporção saudável de ácidos graxos ômega-6 para ômega-3 parece estar entre 1 para 1 e 4 para 1, mas estudos sugerem que pessoas que seguem uma dieta ocidental típica podem consumir uma relação entre 15 para 1 e quase 20 para 1. Com isso, produzem muito mais substâncias inflamatórias do que antiinflamatórias.
Consequências do excesso de ômega-6
A resposta inflamatória crônica devido ao excesso de ômega-6 e redução de ômega-3 pode eventualmente começar a danificar células, tecidos e órgãos saudáveis. Com o tempo, isso pode levar a danos no DNA e aumentar o risco de certos tipos de câncer, doenças cardíacas, artrite reumatoide, diabetes tipo 2, asma, demência na velhice.
Existem, contudo, excessões. Os tipos de ômega-6 O ácido gama-linolênico (GLA) e ácido dihomo-gama-linolênico (DGLA), encontrados no óleo de borragem, onagra (prímula) e goselha negra possuem propriedades antiinflamatórias.
Ômega 9
Os ômega-9 não são gorduras essenciais, o que significa que o nosso corpo pode produzi-los. Contudo, populações que consomem mais ômega-9 parecem ter melhor saúde metabólica, principalmente quando esta gordura substitui parte do ômega-6 e das gorduras saturadas. As principais fontes de ômega-9 são azeite, óleo de abacate, castanha de caju e amêndoas.
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