Ao contrário da depressão convencional, o transtorno afetivo sazonal apresenta sintomas mais atípicos, como cansaço constante, alteração do apetite, apatia e ganho ou perda de peso. É comum as pessoas sentirem mais fome e querem dormir mais do que o normal. Se sintomas como apatia, tristeza e falta de interesse ocorrerem por um período de pelo menos 2 semanas, as pessoas afetadas devem ficar alertas e consultar um médico.
Causas do transtorno afetivo sazonal
As causas desta forma de depressão ainda não são totalmente compreendidas. A depressão invernal não é um fenômeno mundial, estando mais ligada às condições climáticas do hemisfério norte, particularmente nos países Luxemburgo, Suécia, Noruega e Alemanha.
Uma das possíveis causas é a queda nos níveis plasmáticos de vitamina D. A deficiência reduz a produção do hormônio serotonina, responsável por um humor equilibrado, bem-estar, sensação de contentamento e felicidade.
A luz do dia também desempenha um papel importante. No inverno, os dias são mais curtos e as noites mais longas. Dependendo do país, um dia de inverno pode ter apenas 9 horas, limitando as oportunidades de banhos de sol, o que reduz ainda mais a serotonina.
Fora isso, se o inverno é rigoroso, as oportunidades de atividades físicas ao ar livre ficam mais limitadas, pelo frio, umidade e escuridão. Mas manter o corpo em movimento é essencial para melhorar o bem estar, senda na academia, no ginásio ou em casa.
Aproximadamente 2/3 de todos os europeus têm deficiência de vitamina D. Portanto, a suplementação é aconselhável, especialmente no inverno. A vitamina D é extremamente amiga da saúde óssea, da imunidade e também dos sistema nervoso.
Um amplo espectro de distúrbios neurológicos foi associado à insuficiência de vitamina D, incluindo depressão, esquizofrenia, demência (especialmente Alzheimer) e doença de Parkinson.
METABOLISMO DA VITAMINA D
A vitamina D que produzimos na pele (colecalciferol) ou que chega à nós pela alimentação (D2 e D3) precisarão ser convertidas na forma ativa da vitamina D. Para tanto, precisarão passar pelo metabolismo hepático e renal. Ou seja, estes órgãos precisam estar saudáveis. Senão, nem os melhores suplementos ajudarão na melhoria do estado nutricional.
Na alimentação a vitamina D2 vem dos alimentos de origem vegetal (como alguns cogumelos) e a vitamina D3 vem dos alimentos de origem animal (especialmente peixes oleosos). Existem também suplementos de D2 (ergocalciferol) e D3 (colecalciferol), sendo a D3 uma forma mais biodisponível.
Tanto a vitamina D produzida na pele, quanto a vitamina D2 e D3 vão sofrer hidroxilações no fígado e rins. A 25-dihidroxivitamina D3 é a forma mais comum de análise da vitamina D no plasma. Há também a possibilidade de mensurar a 1,25 dihidroxivitamina D (calcitriol). Seria o ideal, mas o exame é mais caro do que o de 25-dihidroxivitamina D3.
GRUPOS EM MAIOR RISCO DE DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D
Certos grupos são especialmente vulneráveis: bebês que amamentam, idosos, pessoas com exposição solar limitada, pessoas que vivem em latitudes elevadas, obesos, pessoas com pele escura e indivíduos com alterações de genes como CYP2R1 e VDR1.
Pessoas de pele escura precisam cerca de cinco vezes mais do que as de pele clara para produzir vitamina D. Isso se deve ao pigmento melanina, que bloqueia a absorção de UVB. Os protetores solares fazem algo muito semelhante. Os filtros solares com fator de proteção (FPS) podem diminuir a síntese de vitamina D3 em até 98%.
A deficiência de vitamina D afeta até 90% da população idosa. Pessoas com mais de 60 anos precisam de três a quatro vezes mais exposição ao sol do que pessoas com menos de 20 anos. Isso ocorre porque os idosos possuem menos (7-desidrocolesterol), uma substância necessária para produzir vitamina D na presença de luz solar.
A obesidade também é um problema. A gordura corporal bloqueia a liberação da vitamina D armazenada. Quanto maior o IMC de um indivíduo, menor o nível de vitamina D circulando no sangue.
Quanto você precisa?
Nos Estados Unidos, a quantidade de vitamina D diária recomendada (RDA) para adultos é de 15μg (600iu). No Reino Unido, a RDA é de 10μg (400iu).
RDAs (recomendações de nutrientes) são baseados em estimativas. Não confunda a Dose Diária Recomendada ou adequada com a Dose Terapêutica. Embora a RDA (Recommended dietary allowance) nos dê uma noção da quantidade adequada para a prevenção de doenças, não é suficiente para curar uma carência nutricional ou tratar a depressão sazonal.
Nestes casos passamos a doses terapêuticas, que podem ser prescritas por nutricionistas (até 4.000 UI ao dia) ou médicos, em doses ainda maiores (em geral 10.000 UI).
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