Transtorno afetivo sazonal (a depressão do inverno)

Eu vivo na Europa e a quantidade de paciente deprimidos nos meses frios (novembro a março) aumenta. De fato, a probabilidade de depressão durante o inverno é maior. Chama-se transtorno afetivo sazonal (TAS) e, se não tratada, pode persistir ao longo do ano. Uma das causas do aumento do número de casos é justamente a queda na produção de vitamina D. Esta vitamina desempenha um papel importante na atividade da serotonina, neurotransmissor que nos dá prazer, foco, vontade, motivação. Por isso, a suplementação de vitamina D, a atividade física, o sono são ainda mais importantes nestes meses.

Sintomas da depressão

A depressão é uma doença complexa, envolve genética, traumas, fatores de estilo de vida, desequilíbrios de neurotransmissores e hormônios. Entre os sintomas comuns da depressão estão tristeza, anedonia (falta de vontade ou desinteresse em fazer as coisas, dificuldade de sentir prazer, dificuldade em lembrar de coisas positivas), problemas de memória, irritabilidade, baixa autoestima, baixa energia (preguiça), baixa motivação, compulsão alimentar ou anorexia (falta de fome).

Tratamento da depressão

O tratamento envolve melhorar sono, reduzir estresse, incluir na vida atividades prazerosas e relaxantes (músicas gostosas, banho quentinho, yoga, meditação), pegar sol, fazer exercício, fazer terapia, usar a medicação prescrita. Além disso, a alimentação e suplementação é muito importante. Só essa suplementação não vai ser igual para todo mundo. Muitos pacientes dizem que não tem energia para se exercitar mas vão ter que começar devagar.

Os estudos mostram que quanto menos movimento maior é o risco de depressão e mais difícil é o tratamento. Vamos lá, você consegue andar 5 minutinhos). Se você não fizer tudo junto não vai melhorar. Pode tomar remédio, mas na hora que tirar vai piorar novamente. Tem que movimentar o corpo para liberar neurotransmissores e hormônios.

Por que os tratamentos não funcionam igualmente para todos?

As carinhas sorridentes da Ana, do João e da Lúcia escondem a angústia, a falta de motivação, o medo, a desesperança e o desapontamento de tentar uma coisa e outra sem sucesso.

A questão é que existem pessoas deprimidas com hormônios normais, mas neurotransmissores desequilibrados. Veja o caso da Ana que tem GABA baixo e glutamato alto. Está ficando muito ansiosa e tendo dificuldade de relaxar. Tem que adotar dieta antiinflamatória, tratar o intestino e consumir magnésio para reduzir glutamato. E pode usar suplementos para aumentar GABA como lactium, L-theanina, taurina e o próprio magnésio.

Já o João tem norepinefrina e cortisol elevados. Ele é empresário, faz um monte de coisas, mas é tão estressado e há tanto tempo que acabou se afundando, vive acelerado, com o coração disparando, suores excessivos, dores de cabeça, tiques nervosos. Ele precisa acalmar as adrenais, meditar, fazer yoga, dormir mais, sair ao sol pela manhã e usar suplementos adaptógenos como Withania somnifera (Ashagandha), theanina, L-tirosina, compostos metiladores, vitamina C, NAC, inositol e ômega-3.

A Lúcia tem outras questões: está se arrastando, não vê graça em nada, não tem energia para nada. Precisa melhorar o funcionamento das adrenais e aumentar suas catecolaminas. Pode usar suplementos como Mucuna pruriens, fenilalanina, NAC, selênio, B6, B12, B9.

Precisa de ajuda?

- Consultas de nutrição: https://andreiatorres.com/consultoria

- Consultas de psicologia: https://juliamaciel.com

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
Tags