A obesidade no mundo quase triplicou desde 1975 e o diabetes quase quadruplicou desde 1980. Muitas recomendações de dietas foram feitas ao longo dos anos para a prevenção e tratamento das odenças crônicas. Mesmo assim, a população continuou engordando e morrendo. Hoje sabemos que as recomendações precisam ser individualizadas e entramos na era da nutrição de precisão. Ninguém é igual. Nossa fisiologia e metabolismo dependem de nossa genética, hábitos, antecedentes, gatilhos, estilo de vida, saúde intestinal, dentre tantos outros aspectos.
Os testes genéticos já são realidade e ajudam a compreensão de muitas questões importantes. Alguns estudos mostraram maior adesão ou mudança de comportamento mais eficaz em resposta a abordagens personalizadas. Por exemplo, o Food4Me foi um grande estudo controlado aleatorizado que investigou conselhos nutricionais personalizados a partir do teste genético e outras informações versus conselhos genéricos para induzir mudanças no comportamento alimentar. Após 6 meses, ficou claro que os grupos de aconselhamento personalizado implementaram e sustentaram mais mudanças na dieta consideradas melhores para sua saúde do que o grupo genérico. Resultados como esses sugerem que a personalização nutricional pode melhorar a saúde dos indivíduos em maior grau do que os conselhos genéricos em nível populacional.
A nutrição de precisão ainda é uma realidade muito nova. Está fundamentada no conceito de variabilidade biológica entre indivíduos em resposta à nutrição. Assim, se as variáveis responsáveis por causar essa variação e seu efeito sobre uma variável de resultado desejado puderem ser conhecidas, a variável de resultado poderá ser prevista, e isso pode ser traduzido em aconselhamento nutricional. Quais são, então, essas variáveis? Respondo um pouco mais no vídeo abaixo: