Disbiose oral e intestinal são fatores de risco para a psoríase

São muitos os fatores envolvidos na psoríase, como a genética ( (HLA-B51 e HLA-B27), a dieta ocidental inflamatória, o uso de medicações, álcool, tabagismo, exposição excessiva ao sol, estresse. Estes fatores podem gerar disbiose (alteração na população bacteriana) da boca e do intestino, contribuindo para a perpetuação da inflamação e aumento do risco de psoríase.

Padrões moleculares associados a lipopolissacarídeos (LPS) derivados do microbioma local, ligam-se aos receptores de reconhecimento de padrões (Toll-like receptors ou receptores semelhantes a toll) nas células dendríticas. O reconhecimento anormal de LPS leva à ativação de células T e produção de citocinas [por exemplo: fator de necrose tumoral-alfa (TNF-alfa), interleucina (IL)-6, IL-1, IL-17 e IL-23, interferon-beta (IFN-y), TGF-beta.

Por mecanismo imunológico, essas interleucinas e citocinas, provavelmente através da ativação de anticorpos anti-proteína citrulinada (ACPA) levam a inflamação da pele, articulações e gengivas, além de alveolar e esquelética, contribuindo para a reabsorção óssea. A diversidade da microbiota, a resposta das células T e a produção de ACPA também são diretamente influenciadas pelo tabagismo.

Exames de permeabilidade intestinal

Quando há disbiose as barreiras tornam-se menos eficientes, deixando passar substâncias inflamatórias e moléculas mal digeridas para a corrente sanguínea. No caso do intestino, existem 2 caminhos para esta passagem:

  • Via Paracelular: entre as células, pela perda das “junções estreitas” (tight junctions)

  • Via Transcelular: através das células especializadas que revestem o intestino, chamadas enterócitos.

O aumento da permeabilidade da barreira intestinal às macromoléculas está associado a uma variedade de condições inflamatórias. A hiperpermeabilidade intestinal pode causar inflamação sistêmica, levando à psoríase e também aumento do risco de outras condições clínicas como:

  • Alergias alimentares, sensibilidades alimentares

  • Sensibilidade ao Glúten e Doença Celíaca

  • Doença inflamatória intestinal (doença de Crohn, colite ulcerativa)

  • Doenças autoimunes (artrite reumatóide, psoríase, diabetes tipo 1, espondilite, etc.)

  • Disfunção Cognitiva (Ansiedade, Depressão, Esquizofrenia, etc.)

  • Condições neurológicas (síndrome de Guillian Barre, esclerose múltipla, etc.)

4 Testes de laboratório para detecção do “intestino permeável”

  1. Teste de lactulose/manitol (urina): mede a capacidade de duas moléculas de açúcar, lactulose e manitol, de atravessar a barreira epitelial intestinal. O manitol é uma pequena molécula de açúcar que é facilmente absorvida, enquanto a lactulose é uma molécula maior e não é prontamente absorvida. Depois que uma amostra de urina inicial é coletada, o paciente ingere a solução açucarada de lactulose e manitol e uma coleta de urina cronometrada de seis horas segue.

  2. Ocludina: é um componente importante das proteínas que mantêm juntas as junções estreitas. A detecção de anticorpos contra oclusão indica que as junções apertadas estão se rompendo (via paracelular).

  3. Zonulina: é uma proteína que regula a permeabilidade dos intestinos. A detecção de anticorpos contra a zonulina indica que a regulação normal das junções apertadas está comprometida (via paracelular).

  4. Rede Actomiosina: é um complexo proteico que regula a função da barreira intestinal mantendo a plasticidade das junções apertadas. Anticorpos para a rede de actomiosina são um biomarcador de desregulação da barreira intestinal via infiltração celular (via transcelular).

APRENDA A TRATAR SEU INTESTINO

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/