"Por que meu filho bate a cabeça?"

Quando queremos acalmar uma criança a embalamos. À medida que a criança cresce pode adotar hábitos também calmantes como mexer a cabeça, balançar o corpo, chupar os dedos, rodar em torno de si mesmo, brincar no balanço. É a alegria do movimento. Estas atividades envolvem o sistema vestibular cerebral. Só que crianças com alterações sensoriais ou que estão subestimuladas por conta de déficits auditivos ou visuais, podem se balançar mais como forma de autoestimulação. O mesmo pode ocorrer em um ambiente muito entediante.

No autismo os movimentos repetitivos podem ainda acontecer pela sobrecarga de estímulos. Ambiente muito agitado, barulhento, inquietante pode levar a criança a bater a cabeça como forma de alívio. Bater cabeças em momentos de frustração ou raiva também é mais comum. Existem também as crianças que batem a cabeça em momentos alegres. Ou seja, a criança, em todas estas situações, não está conseguindo comunicar a intensidade de suas emoções.

Estes comportamentos são comuns em cerca de 20% das crianças todas. Geralmente aparecem após os seis meses de idade e terminam espontaneamente por volta dos três a quatro anos de idade. Só que em geral, as crianças não batem a cabeça para se machucar. Este comportamento é atípico se persiste além deste tempo ou se resulta em ferimentos.

Será que a criança é autista?

Observe outros comportamentos importantes associados ao neurodesenvolvimento típico infantil:

  • Aos 3 meses de vida o bebê faz contato visual, como forma de interação?

  • O bebê, aos 3 meses, assusta-se ou responde a ruídos altos?

  • Aos 7 meses o bebê demonstra afeto pelos pais e cuidadores?

  • Aos 7 meses a criança tenta atrair a atenção?

  • Aos 7 meses o bebê tem interesse em brincadeiras como esconder/achar?

  • Aos 12 meses, a criança olha ou se volta para a pessoa que chama seu nome ou o apelido que ouve com mais frequência?

  • Aos 12 meses a criança já diz alguma palavra?

  • A criança, aos 14 meses de idade, aponta objetos para que outra pessoa olhe ou o alcance?

  • A criança, aos 14 meses, olha na mesma direção que o adulto está olhando ou apontando?

  • A criança, aos 14 meses, começou a brincar de faz de contas? Por exemplo, usa um telefone de brinquedo da mesma forma que um adulto usaria um telefone verdadeiro?

Se você suspeita de que algo esteja aquém do esperado consulte um neuropediatra para avaliação. Quanto mais cedo a criança é diagnosticada e inicia as terapias, mais fácil é a evolução da criança. Mas e se a criança tem um desenvolvimento típico e ainda assim bate a cabeça? Estudos mostram que

Como evitar que a criança bata a cabeça?

Se você viu seu filho batendo a cabeça, provavelmente deseja evitar o comportamento – e compreensivelmente. Aqui estão algumas maneiras de ajudar a deter o hábito de bater cabeça:

  • Entenda suas emoções e sua intensidade. Ajude-o a lidar com essas emoções, sem julgamentos. Afinal, não é errado sentir o que sentimos. Terapeutas podem também ajudar a criança a entender o que sente, honrar todos os sentimentos e encontrar novas formas de se expressar, sem machucar a cabecinha.

  • Tente introduzir uma distração. Ao diminuir a quantidade de tempo gasto na atividade, ela será superada mais rapidamente.

  • Mantenha a calma e leve a criança para ambientes com superfícies macias. Tente não se desesperar. Não há necessidade de levantar a voz (muito menos bater!).

  • Melhore a higiene do sono para que a criança descanse bem à noite.

  • Observe, mantenha a criança em segurança. Não fique no celular enquanto cuida do seu filho. Forneça afeto, abrace e explica que bater a cabeça pode levar a ferimentos na cabeça.

Em geral, as crianças não se machucam muito, pois a dor os impede de prosseguir batendo a cabeça. Contudo, crianças com TEA podem ter uma tolerância muito alta à dor e bater a cabeça pode colocá-las em risco de lesão na cabeça. Medicamentos podem ser necessários, mas não tratam a causa do problema.

Estudos mostram que crianças com altas concentrações de caseomorfinas no sangue possuem maior tolerância à dor. As caseomorfinas são opióides exogenos derivados da proteína caseína do leite. Muitas crianças são alérgicas a esta e outras proteínas do leite, o que pode agravar a situação. Além disso, se aparecem manchinhas no pulmão devido à alergia, muitas crianças acabam recebendo antibióticos, o que modifica a microbiota e pode piorar ainda mais estes comportamentos (Thiruvengadama et al., 2021).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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