Sirtuínas e esclerose múltipla

A Esclerose Múltipla (EM) é uma condição desafiadora e incapacitante. A disbiose intestinal é uma das causas de esclerose múltipla. Toxinas bacterianas podem chegar ao sistema nervoso destruindo a bainha de mielina que envolve os neurônios. Uma das formas de melhorar o quadro é adotando uma dieta baseada em plantas, amiga do intestino.

Neurodegeneração, autoimunidade e metabolismo alterado são três aspectos da patologia da EM. As sirtuínas têm sido relatadas como um regulador chave nestas vias. Os seres humanos possuem sete proteínas sirtuínas (SIRT1 a SIRT7), que pertencem à classe III da família das histonas deacetilase (HDAC). Outras classes de enzimas HDACs, incluindo I, II e IV, são dependentes de zinco, mas, em contraste, as SIRTs foram reconhecidas como enzimas dependentes de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+).

Todas as sirtuínas são detectadas em cérebros de mamíferos adultos com vários níveis de expressão de RNA e proteína. O nível mais alto de SIRT1 foi observado em neurônios do córtex, hipocampo, cerebelo e hipotálamo, com papel neuroprotetor. A SIRT2 é abundante em oligodendrócitos do hipocampo, corpo estriado, medula espinhal e tronco cerebral e desempenha papel na formação da bainha de mielina.

Três sirtuínas (SIRT3, SIRT4 e SIRT5) estão localizadas principalmente dentro das mitocôndrias. Ao contrário de SIRT1 e SIRT2, eles não foram amplamente estudados na EM, mas acredita-se que tenham papéis importantes na produção de energia, sinalização celular e apoptose.

Os tratamentos atuais para a EM são principalmente terapias baseadas em imunomodulação que tentam reduzir as recidivas inflamatórias. Contudo, os medicamentos não são capazes de evitar a progressão da neurodegeneração. Mas as sirtuínas podem ser ativadas e pesquisas mostram um potencial promissor destas estratégias reduzindo neurodegeneração, controlando autoimunidade e melhorando metabolismo mitocondrial. Exercício e restrição calórica ativam sirtuínas. Além disso, estudos mostram que resveratrol, curcumina, fisetina e berberina ativam SIRT-1 (Iside et al., 2020), enquanto NAD+ ativa sirtuína 7 (Bonkowski & Sinclair, 2016). Estas são novas possibilidades na pesquisa para prevenção de progressão da esclerose múltipla, enquanto medicamentos mais potentes não cheguem. De qualquer forma, adotar estratégias de estilo de vida promotoras da saúde é importantíssimo. Estresse, dieta rica em açúcar, glúten, leite, industrializados, restrição de sono não ajudam ninguém a viver melhor.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/