A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune relacionada ao sistema nervoso, definida por déficits motores acumulados, visão turva e mudanças na sensibilidade que aparecem espontaneamente. Com base na etiologia imunológica da EM, muito interesse está agora focado na possível intervenção terapêutica por meio da microbiota intestinal. Notavelmente, quando a matéria fecal de pacientes com esclerose múltipla foi transplantada para camundongos, os animais começaram a exibir um dos sintomas característicos da esclerose múltipla: encefalomielite autoimune.
FUNÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL
A microbiota saudável possui muitas funções:
manutenção da motilidade e permeabilidade do intestino;
síntese e secreção de vitaminas essenciais, como vitamina B12, folato, vitamina K, ácido nicotínico, biotina, riboflavina, piridoxina, ácido pantotênico e tiamina;
manutenção das funções epiteliais intestinais, como absorção e secreção; e
estimulação local do desenvolvimento de sistemas imunes inatos e adaptativos através de células imunes secretoras de GALT, citocinas e IgAs.
Quando a microbiota intestinal está em desequilíbrio (condição conhecida como disbiose), várias doenças podem se desenvolver, como a EM. A patologia da EM inclui aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica, destruição da bainha de mielina dos neurônios e infiltração de células inflamatórias dos tecidos perivasculares.
É comum a disbiose em pacientes com EM, com aumento de Methanobrevibacter Akkermansia, Desulfovibrionaceae, Actinobacteria, Bifidobacterium, Streptococcus Firmicutes, Euryarchaeota, Ruminococcus, Pseudomonas, Mycoplana, Haemophilus, Blautia e Dorea e diminuição em Butyricimonas, Lachnospiraceae, Ruminococcaceae, Faecalibacterium, Prevotella, Anaerostipes, Clostridia XIVa e IV Clusters, Fusobacteria, Bacteroidaceae, C. perfringens tipo A, Parabacteroides e Adlercreutzia.
A melhor forma de reequilibrar a microbiota é com dieta saudável, rica em fibras. Falo mais sobre o tema neste vídeo: