Muitos fatores contribuem para irregularidades no ciclo menstrual e dificuldade de gravidez, como alterações hormonais e síndrome dos ovários policísticos. Aumento de estrogênio e redução da progesterona são comuns. E existe associação entre estes desequilíbrios e maior risco de câncer endometrial, câncer de mama, osteoporose, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial.
Existem também as mulheres que não possuem os problemas acima, engravidam mas perdem o bebê. Existem alterações genéticas associadas a maior probabilidade de abortos espontâneos e a imagem abaixo traz alguns destes genes, como aqueles que afetam a coagulação.
Quando a mulher não forma o corpo lúteo pode ter menor produção de progesterona e dificuldade de implantação do embrião no endométrio. A deficiência de vitamina D também associa-se a menor quantidade de progesterona e a suplementação desta vitamina ajuda a regular a produção hormonal na fase lútea (pós-ovulação) do ciclo menstrual. A vitamina D também reduz a inflamação e melhora a microbiota do endométrio (Shin et al., 20210; Benner et al., 2018).
Antes de tentar engravidar novamente chegue a um peso saudável
O excesso de gordura corporal atrapalha o processo de decidualização do endométrio, importante para estabelecer um ambiente adequado de citocinas e imunomoduladores durante a implantação. Além disso, é importante manter todo o corpo desinflamado, cuidando do intestino, não deixando faltar nutrientes antioxidantes, vitamina D e ômega-3 (Kaushal, & Magon, 2013).
Processos alérgicos e doenças autoimumes também contribuem para o processo inflamatório e aumentam as chances de abortos espontâneos. Pela parte do pai, devem-se ter cuidados semelhantes, com dieta antiinflamatória, redução no consumo de álcool, cessação do tabagismo, reduzindo-se assim o risco de fragmentação do DNA espermático. É bom lembrar que aproximadamente 52% dos casos de infertilidade são causados por fatores masculinos — sendo a fragmentação do DNA espermático um deles. Também é responsável por grande número de abortos recorrentes.
Para que o espermatozoide chegue até o óvulo e o fertilize, é necessário que seu material genético esteja íntegro. Caso haja falhas ou danos no DNA, mesmo que pequenos, pode haver comprometimento da capacidade fértil do gameta ou ainda o embrião pode sofrer aborto espontâneo.
É normal, em indivíduos considerados saudáveis, que uma pequena parcela dos espermatozoides possua DNA com alguma quebra ou dano, entretanto, a maior parte deles possuem cromatina íntegra. Sabe-se que espermatozoides com danos no material genético não apresentam a mesma qualidade daqueles que não possuem quebras. Gametas com altas taxas de DNA danificado se tornam incapazes de fertilizar o óvulo de maneira adequada e as chances de gravidez natural se tornam muito pequenas.
O que causa a fragmentação do DNA espermático?
A fragmentação do DNA espermático pode ser causada por diversos fatores internos ou externos que levam ao desequilíbrio do organismo e comprometem a qualidade dos espermatozoides. É possível destacar como causas dessas alterações:
Estresse oxidativo (desequilíbrio entre a quantidade de radicais livres e a quantidade de antioxidantes) - acontece no processo de ejaculação ou em contato com disbiose vaginal.
Varicocele;
Hipogonadismo;
Problemas circulatórios;
Infecções do trato reprodutivo;
Dieta inadequada;
Tabagismo;
Exposição a drogas e substâncias nocivas (drogas ilícitas, terapias quimio e radioterápicas, terapias imunossopressoras);
Febre alta e temperatura testicular elevada;
Sedentarismo;
Câncer;
Doenças autoimunes;
Idade avançada;
Andar de bicicleta mais de 5 horas por semana.
Valores normais
Homens com até 20% de espermatozoides com DNA fragmentado são considerados férteis (mas o ideal dos mundos é abaixo de 15% de fragmentação). De 20% a 29% é considerado nível intermediário e acima de 30% é considerado alta fragmentação do DNA, em que o homem terá dificuldades para que a gravidez ocorra naturalmente mesmo com inseminação artificial. Espermatozoides sem fragmentação de DNA possuem Halo aparente, enquanto que os que possuem a fragmentação apresentam a cabeça sem o halo, com uma característica mais apagada.
Tratamento da fragmentação espermática
O indivíduo que possui o teste positivo para fragmentação espermática pode se beneficiar por meio do tratamento com agentes antioxidantes (vitamina C e E), antibióticos e anti-inflamatórios antes de se submeter à fertilização, ou também ser submetido a uma biópsia testicular no qual se encontram espermatozoides sem ou com baixo índice de fragmentação