Mudar sua dieta não vai curar doenças inflamatórias como a artrite, mas com certeza ajudará a preveni-las ou gerenciá-las. Por exemplo, reduzindo dores. Pessoas que adotam a dieta antiinflamatória possuem melhor condição de saúde e reduzem também o risco de outras doenças crônicas como problemas cardiovasculares e diabetes.
Por que inflamamos?
A inflamação ocorre quando o sistema imunológico entra em ação para curar uma infecção ou lesão. Envia ao local um exército de glóbulos brancos. Se você tiver um corte, a área ao redor pode ficar vermelha ou inchar à medida que esse processo de cicatrização ocorre. Mas uma vez que o problema está sob controle, a inflamação diminui e seu corpo volta ao normal.
Porém, outras pessoas ficam constantemente inflamadas. A questão é que a inflamação crônica, além de não ser tão útil para o corpo, gera um excesso de radicais livres. Pessoas obesas, super estressadas, que possuem alterações autoimunes ou que comem muito mal vivem inflamadas. Esta inflamação que não vai embora vai danificando células, o que gera maior risco de certos tipos de câncer, de ataque cardíaco e um envelhecimento precoce generalizado, capaz não só de degenerar articulações mas também reduzir a expectativa de vida.
Inflamação e articulações
Algumas condições articulares dolorosas são potencialmente desencadeadas ou exacerbadas por inflamação no corpo. Por exemplo, a gota, que é causada pelo acúmulo de uma substância chamada ácido úrico, ocorre quando pequenos cristais se formam nas articulações. Esses cristais irritam os tecidos da articulação e podem desencadear inflamação crônica. Mesmo a osteoartrite, que já foi considerada apenas como desgaste nas articulações, agora é conhecida por estar associada à inflamação crônica, embora menos do que a observada em outros tipos de artrite.
A dieta antiinflamatória é rica em frutas, ervas, condimentos e verduras, alimentos ricos em antioxidantes, fibras, vitaminas e minerais. Além disso, gorduras saudáveis como o azeite e abacate, grãos integrais fontes de ômega-3 (como chia, linhaça e peixes do mar) possuem todos propriedades antiinflamatórias. De fora ficam carnes gordas, carnes processadas, alimentos cheios de pesticidas e alimentos ultraprocessados.
A dieta adequada contribui para a redução em várias medidas de inflamação dentro do corpo, como uma substância chamada proteína C reativa, em pessoas que optam regularmente por um padrão alimentar anti-inflamatório. As pessoas que comem uma dieta de estilo ocidental experimentam o efeito oposto.
Mas dieta não é mágica!! Para obter o máximo benefício, você precisa consumir uma variedade de alimentos anti-inflamatórios, idealmente ao longo de vários anos. Com isso, você modula positivamente a expressão de genes e processos como a metilação. Para evitar doenças tente manter os marcadores bioquímicos abaixo dentro dos valores recomendados:
- Insulina (< 7 microUI/mL)
- Ácido úrico (< 6 mg/dL) - PCR (< 0,1 mg/L)
- Ferritina (70 a 150 ng/mL)
- VHS (< 5 mm/h)
- 25-OH-D (> 50 ng/ml)
- GGT (< 20 U/L)
- Homocisteína (< 7 µmol/L)
- B12 (300 a 700 pmol/L)
- B9 (> 10 a 30 ng/mL)