Amo copa do mundo. Assisto um monte de jogos. Mas confesso que depois que comecei a trabalhar com pacientes com Alzheimer meu coração para cada vez que esses meninos cabeceiam a bola. Estudos da Universidade de Glasgow, na Escócia, mostram que ex jogadores de futebol são 3,5 vezes mais propensos a ter transtornos neurocognitivos (anteriormente conhecidos como demência) do que a população em geral. A probabilidade de Alzheimer é cinco vezes mais alta e doenças motoras são quatro vezes mais prováveis nos ex-jogadores.
A concussão é muito comum e envolve uma alteração da função mental ou do nível de consciência, causada por um traumatismo craniano. Após a concussão o risco de transtornos neurocognitivos aumenta muito. Mais de 300 ex-jogadores profissionais já foram diagnosticados com Alzheimer.
Nutrição esportiva não é só para atleta e os cuidados com a saúde devem se manter por toda a vida. Todos nós temos que nos exercitar e ex-atletas profissionais também. É muito comum que após a aposentadoria ganhem muito peso, especialmente na região abdominal e isto é um fator de risco adicional para o Alzheimer. Outros riscos incluem hiperglicemia, dislipidemias, aumento de homocisteína, aumento da pressão arterial, questões que são prevenidas e tratadas com dieta adequada.
Desde 2020 a associação inglesa de futebol recomenda que crianças com menos de 11 anos não sejam ensinadas a cabecear a bola.