VÍRUS QUE AFETAM O CÉREBRO E O PAPEL DA DIETA CETOGÊNICA

Com a pandemia do COVID-19 muita gente aprendeu à duras penas que os vírus afetam o cérebro. Muitas pessoas estão com queixas de piora da memória e névoa mental.

Os vírus não possuem um metabolismo definido, assim dependem do metabolismo celular hospedeiro para a aquisição de matérias-primas e energia necessária para seus processos biológicos. Infecções virais alteram o metabolismo do hospedeiro, incluindo, em particular, glicólise e síntese de ácidos graxos para iniciar um ambiente necessário para a replicação e disseminação do vírus no corpo humano.

A melhoria alimentar não só fortalece a a imunidade humana evitando a disseminação da infecção viral, mas também ajuda a combater problemas de memória. Estudos mostraram que a deficiência de vitamina D, assim como o baixo consumo total de frutas e hortaliças associam-se a piores desfechos.

Foi estudado também o impacto do jejum intermitente (JI) no acionamento do interruptor metabólico, juntamente com o impacto da suplementação com triglicérides de cadeia média (TCM), como o ácido láurico na repressão da formação do envelope e replicação viral.

A mudança de um estado metabólico do estado glicolítico dependente de carboidratos para um estado cetogênico dependente de gordura evitou a replicação viral. Acredita-se que um regime dietético cetogênico no café da manhã e almoço, juntamente com a suplementação com duas doses de TCM rico em ácido láurico, seguido por 8-12-h de JI e um jantar rico em frutas e legumes, poderia ser uma estratégia profilática potencial e, uma terapia adjuvante para combater infecções pelo #SARS-CoV-2.

DIETA CETOGÊNICA, TCM E INFECÇÃO PELO VÍRUS HIV

Um estudo avaliou os efeitos cognitivos da dieta cetogênica em pacientes com comprometimento neurocognitivo associado ao vírus HIV. Adultos com mais de 50 anos e vivendo com HIV e comprometimento neurocognitivo leve a moderado foram divididos em dois grupos. Um seguiu a dieta cetogênica e outro seguiu uma dieta padrão por 12 semanas. Uma bateria de exames neurocognitivos foi realizada no início do estudo, após as 12 semanas de dieta e após 18 semanas.

O grupo que seguiu a dieta cetogênica com TCM apresentou melhor função executiva e velocidade de processamento na semana 12. Contudo, os benefícios desapareceram na 18a semana, depois que os pacientes retomaram às suas dietas habituais (Morrison et al., 2020).

Tipos de TCM

Existem quatro tipos diferentes de TCMs:

  • Ácido capróico (C6): é o mais eficiente na absorção e absorção, mas tem um cheiro e sabor bastante ruins, quando isolado. Presente naturalmente no óleo de palma e laticínios integrais.

  • Ácido caprílico (C8) ou ácido octanóico: ajuda a manter o intestino saudável. Rapidamente absorvido. Aumenta corpos cetônicos na corrente sanguínea 3 vezes mais rápido que C10 e 6 vezes mais rápido que C12. Cheiro e sabor melhores do que C6. Presente naturalmente em marcas de TCM e no óleo de coco.

  • Ácido cáprico (C10): ajuda a manter o intestino saudável. Rapidamente absorvido, contudo 3 vezes mais lentamente que C8. Mas, a mistura nos produtos é interessante para manter os níveis de corpos cetônicos mais constantes no plasma. Presente naturalmente em marcas de TCM e no óleo de coco.

  • Ácido láurico (C12): ajuda a manter a microbiota saudável. Tem ação antifúngica. Leva mais tempo para ser absorvido e pode elevar mais os níveis de colesterol plasmáticos do que C8 e C10. Disponível naturalmente no óleo de coco e nos laticínios integrais.

Destes, C8 e C10 são os mais associados à perda de peso e encontrados em marcas como:

PRECISA DE AJUDA? MARQUE AQUI SUA CONSULTA ONLINE

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/