A proteína Tau no cérebro saudável e na demência

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência na velhice. Atualmente não tem cura ou terapia eficaz, em parte devido a lacunas em nossa compreensão de como o distúrbio neurodegenerativo progressivo surge no cérebro. A proteína tau é de importância central na doença de Alzheimer e em metade de todas as demências frontotemporais.

Novas pesquisas revelaram como a proteína Tau, um dos elementos envolvido no risco de doença de Alzheimer, também está envolvida nos processos normais de aprendizado no cérebro saudável. Todos nós produzimos proteína Tau. Seu papel é bastante enigmático. Apesar de envolvida no Alzheimer, também ajuda nos processos moleculares de formação da memória em pessoas saudáveis (Prikas et al., 2022).

Empregando um método sensível chamado rotulagem de proximidade, a equipe teve como objetivo identificar todas as proteínas com as quais a Tau entra em contato dentro das células cerebrais, rotulando e identificando toda a coleção de proteínas em interação à medida que avançavam.

Observando a coleção de proteínas que interagem com a Tau e quais funções específicas essas interações suportam, os pesquisadores descobriram que, embora a Tau se ligue a proteínas que sustentam a estrutura das células cerebrais, ela também interagiu com proteínas que controlam vesículas e receptores de superfície celular para neurotransmissores, ambos necessários. para a aprendizagem e memória no cérebro.

Foi identificada uma enzima que controla criticamente os sensores de neurotransmissores. Essa enzima, chamada NSF, é inibida pela tau, particularmente na doença de Alzheimer. Quando as memórias se formam, o número de receptores de neurotransmissores – moléculas de sensores que detectam mensagens de outras células cerebrais – aumenta nas sinapses. Esse processo é controlado por vários fatores, incluindo a enzima "fator sensível à N-maleimida", a NSF.

A enzima NSF não é controlada em células sem a proteína tau, levando a um comportamento anormal dos receptores de glutamato. Este neurotransmissor e proteína Tau foram previamente implicados em convulsões durante a epilepsia e no acidente vascular cerebral. Assim, as novas descobertas fornecem uma ligação molecular entre a função normal da tau no controle dos receptores de glutamato no cérebro e as condições de atividade cerebral aumentada. Mutações na NSF têm sido associadas a formas hereditárias de epilepsia, aproximando esta nova descoberta da função da tau na epilepsia e no acidente vascular cerebral, assim como do Alzheimer. Mais pesquisas são necessárias para entendermos como modular a expressão de NSF.

Outros elementos envolvidos na doença de Alzheimer

  • Proteína beta amilóide

  • Glicação

  • Neuroinflamação

  • Estresse oxidativo

  • Consumo excessivo de calorias

  • Hipertensão

  • Dislipidemias

  • Diabetes

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/