A dieta cetogênica ou keto é um padrão alimentar com alto teor de gordura (55 a 80%), quantidade média de proteína (20a 35% das calorias) e quantidade baixa de carboidratos (5 a 10% das calorias). Dietas não cetogênicas costuam ter entre 50 e 60% das calorias vindas de carboidratos.
O objetivo da dieta cetogênica é fazer o organismo utilizar gordura como fonte principal de energia. O baixo consumo de carboidratos gera uma queda de insulina e aumento de glucagon, forçando o fígado a produzir corpos cetônicos a partir da gordura. O corpo adapta-se à utilização destas substâncias e, no processo, a pessoa perde peso, desinflama, melhora sua saúde metabólica e mental, os níveis de energia aumentam e a memória melhora. Existem inclusive estudos com este protocolo para a prevenção e tratamento da doença de Alzheimer (e o risco de demência é 2 vezes maior em mulheres do que em homens!).
Cuidados especiais
Apesar dos inúmeros benefícios da dieta cetogênica, se executada de forma inadequada e descuidada pode gerar uma série de alterações hormonais, principalmente em mulheres. Elas muitas vezes percebem mudanças no ciclo menstrual, pela alteração do estrogênio. Mulheres que além da cetogênica restringem muito as calorias e perdem muito peso sofrem mais. Além de não ovularem vão lutar contra a infertilidade. À medida que o peso cai, o mesmo acontece com os níveis de estrogênio. Em um estudo, pacientes que perderam uma média de 17 quilos rapidamente, os níveis de hormônio estrona diminui 5,7%, e o hormônio estradiol caiu quase 10% (Verma, & Trikha, 2018).
Veja: resistência insulínica pode gerar ovários policísticos e infertilidade e a cetogênica é muitas vezes recomendadas para correção do quadro. Contudo, descambar para o outro lado gera o mesmo problema. Aumentar o consumo de gordura e calorias é muito importante se a mulher está com queda de cabelo, libido baixa, perda de massa magra e óssea, irritabilidade. Além disso, cetose por volta de 0,5 a 1,0 mmol/L é mais do que bom para a maioria. Mulheres que não dormem, vivem estressadas podem entrar com um pouquinho mais de carboidratos, especialmente no meio da tarde.
Não é para colocar brigadeiro, bolo e pão. Mas poderão aumentar frutas ricas em fibras, suco verde cheio de folhosos. Isso vale também para as mulheres que estão na perimenopausa ou na menopausa. A deficiência de estrogênio pode causar atrofia vaginal infertilidade e aumentar as chances de osteoporose.
Nesta fase, o cortisol (hormônio do estresse) tende a aumentar. O aumento dos níveis de cortisol a longo prazo pode levar a muitos problemas de saúde, incluindo ganho de peso, especialmente em torno da barriga, maior risco de ansiedade, depressão e doenças cardíacas. Carboidratos ajudam a regular este hormônio. Por isso, se você só está consumindo 20g de carboidratos ao dia poderá se beneficiar de um aumento para 40 a 50g diários. Isso também ajudará a aumentar massa magra e evitar o declínio da densidade óssea. Outros 50 a 70g de proteína podem ser necessários (dependendo do seu peso e nível de atividade física). Some carboidrato + proteína e consuma pelo menos o dobro de gordura. Aí costuma ficar bom para a mulher com desequilíbrio hormonal.
Outro hormônio que costuma cair é o tireoidiano. Os hormônios da tireoide ajudam a controlar peso, níveis de energia, desejo sexual, concentração e humor. Idealmente, testes de laboratório devem ser feitos pelas mulheres antes de iniciar uma dieta cetogênica e rotineiramente após o início da mesma. O acompanhamento de hormônios sexuais, hormônios tireoidianos, micronutrientes, enzimas hepáticas e cortisol pode ajudar as mulheres a perceberem se a estratégia cetogênica adotada é segura ou contraindicada a elas.
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DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).
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