Este tipo de frase é muito comum mas nem sempre reflete a realidade. Pode refletir um desconhecimento, pode refletir uma vontade de que as coisas melhorem. Existem muitos tipos de transtornos alimentares e nem todo mundo vai ter isso estampado na cara. Alguns pensam:
Ela não é magra o suficiente, não pode ser anoréxica.
Ela não é gorda o suficiente, não pode ter compulsão.
Ela come na frente dos outros, não pode ser bulímica.
Ele está bem, conversando, está ótimo.
Estou bem, meu peso é normal…
Só que frequentemente as aparências enganam. Há o estigma do peso normal e o do peso fora do padrão. Só que baixo peso, peso normal, obesidade não excluem transtorno alimentar. Existem pessoas com peso normal e com transtorno, pessoas corada e com transtorno, sem queda de cabelo e com transtorno. Há de tudo.
Sim, o peso é um dado clínico. No entanto, deve ser usado em conjunto com outros dados clínicos (como comportamentos alimentares e de exercícios, comportamentos purgativos, preocupação corporal e alimentar). O diagnóstico de um transtorno alimentar baseia-se em critérios clínicos e deve ser feito por um psiquiatra especialista nesta área.
Olhar apenas para o peso gera um padrão em que esquecemos de outras complicações. Pessoas com transtornos alimentares podem apresentar desequilíbrios eletrolíticos, que aumentam o risco cardíaco e a mortalidade.
O controle do peso depende não só do que comemos mas também de fatores como nível de atividade física, presença ou não de distúrbios dos sono, estresse, ansiedade, isolamento, tédio, falta de suporte social, baixa exposição solar. São muitos os fatores que afetam a saúde física e emocional. Para muitos, não é fácil conciliar todas estas questões, o que acaba afetando o consumo alimentar, o equilíbrio energético e metabólico.
Pacientes com dificuldades alimentares devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar que inclui psiquiatra, nutricionista e psicólogo. Não julgue, apoie.