A inflamação interfere na neurotransmissão, assim como a microbiota intestinal. Existe uma comunicação bidirecional entre intestino e cérebro. Por exemplo, perturbações da microbiota intestinal e redução das bactérias produtoras de butirato associa-se a desordens psiquiátricas (Nikolova et al., 2021).
Trilhões de micróbios intestinais e seus metabólitos residem no lúmen do trato gastrointestinal e influenciam o sistema mucoso local. As vias de sinalização entre a microbiota intestinal e o cérebro incluem vias neurais, como o nervo vago, vias imunológicas e vias humorais. A microbiota intestinal influencia o metabolismo do hospedeiro por meio de interações locais, sistemas periféricos e comunicação bidirecional com o fígado.
A microbiota intestinal influencia a neurotransmissão por várias formas:
Expressão de TH1 nas células enterocromafins, principalmente pela produção de ácidos graxos de cadeia curta;
Regulação da relação GABA/Glutamato no cérebro;
Alteração do metabolismo de ácidos graxos e produção cerebral de endocanabinóides.
Fatores que influenciam a microbiota intestinal
Alimentação - dependendo do que você come sua microbiota será melhor ou pior e estará mais ou menos protegido contra a depressão. Por exemplo, consumo excessivo de proteína animal e gordura saturada mantém o intestino mais inflamado e modifica, para pior, a microbiota intestinal.
Genética - o tipo de bactéria que você possui no intestino depende, em parte, da sua genética
Níveis de ansiedade e estresse crônico - redução do tônus parassimpático e superestimulação da atividade simpática, assim como do sistema endocanabinóide, gerando alterações significativas na homeostase local intestinal.
Contato com aditivos alimentares de alimentos ultraprocessados
Uso de medicamentos como bloqueadores de bomba de prótons, metformina, antipsicóticos, antidepressivos
Uso de suplementos - existem compostos como fibras, glutamina e polifenóis que ao serem suplementados melhoram a composição da microbiota.