Insegurança alimentar explode no Brasil

A saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014 foi um marco mundialmente reconhecido no caminho à promoção do direito humano à alimentação adequada e saudável.

O que é segurança alimentar?

A segurança alimentar e nutricional é entendida como a garantia do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais (abrigo, segurança, hidratação etc), tendo por base as práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e sejam ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. A insegurança alimentar vem aumentando no Brasil nos últimos 5 anos. Aliás, retrocedeu 15 anos em 5. Mas o que significar estar em segurança ou insegurança alimentar?

Contudo, de acordo com pesquisa da Rede Penssan, em 2020, a insegurança alimentar (IA) e a fome no Brasil retornaram aos patamares próximos aos de 2004. Eram 10,3 milhões de pessoas em IA grave em 2018, passando para 19,1 milhões, em 2020. Portanto, neste período, foram cerca de nove milhões de brasileiros(as) a mais que passaram a ter, no seu cotidiano, a experiência da fome. Além disso, existe a insegurança alimentar leve a moderada, de piora da qualidade alimentar ou da quantidade de alimentos disponíveis. Triste, triste, triste, triste.

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Classificação da insegurança alimentar

Insegurança alimentar grave

Insegurança alimentar grave

INSEGURANÇA ALIMENTAR LEVE - A família tem preocupações ou incertezas quanto ao acesso aos alimentos no futuro. Ou consome alimentos de qualidade inadequada por não ter renda para alimentos de melhor qualidade.

INSEGURANÇA ALIMENTAR MODERADA - Há redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões alimentares resultante da falta de alimentos entre os adultos. É a família onde os pais comem menos para não deixarem faltar para as crianças.

INSEGURANÇA ALIMENTAR GRAVE - Redução quantitativa de alimentos também entre as crianças. Há ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os moradores, incluindo crianças. Nessa situação a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.

Quem anda pela rua sabe que a situação está triste. A insegurança alimentar não ocorre isoladamente. É comum. Observe, ajude, prepare-se para as próximas eleições conhecendo bem todas as propostas e candidatos. Se o mundo não melhora para os outros, não melhora para nós também.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/