Nutrição para controle da artrite reumatóide

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória crônica, sistêmica e debilitante que afeta aproximadamente 1% da população mundial. A doença impacta gravemente a qualidade de vida com aumento da morbidade e redução da expectativa de vida. A AR caracteriza-se pela inflamação das articulações, gerando fortes dores, inchaço, rigidez, e muito incômodo.

Além da questão articular, muitos pacientes com artrite reumatóide queixam-se de problemas do trato gastrointestinal, particularmente dispepsia (inchaço, plenitude pós-prandial, náusea, saciedade precoce, dor epigástrica e queimação e arrotos), ulceração da mucosa e hábitos intestinais alterados (constipação / diarreia).

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Causas da artrite reumatóide

Com patogênese indefinida, diferentes estudos relatam uma mistura de fatores ambientais e genéticos responsáveis ​​pela expressão plena da doença. Em todas as doenças autoimunes precisamos descobrir o que enlouquece o sistema imune. Aí entram os exames nutrigenéticos. Nascidos com excesso de peso, crianças que não foram amamentadas, fumantes e pessoas com disbiose intestinal ou doenças infeciosas parecem ter maior risco de desenvolver artrite reumatóide.

Controlando os sintomas da artrite reumatóide

A primeira coisa a fazer é reduzir a ativação do sistema imune e melhorar a função intestinal, já que intestino inflamado gera inflamação no resto do corpo todo.

Dicas:

- Não consumir açúcar, farináceos, glúten, álcool e alimentos ultraprocessados

- Controlar a carga glicêmica das refeições, aumentando o consumo de vegetais ricos em fibras. Se for consumir alimentos açucarados como sucos, diluir e acrescentar fibras em pó

- Trocar gorduras inflamatórias (bacon, presunto, óleo de soja) pelas anti-inflamatórias, como azeite de oliva, abacate, óleo de gergelim, chia, linhaça, além de suplementação com ômega-3

- Adote uma dieta baseada em plantas (https://doi.org/10.3389/fnut.2017.00052)

- Na maior parte da semana substitua carnes vermelhas por aves, peixes e ovos (a não ser que tenha alergia) ou proteínas vegetais

- Usar bastante açafrão ou pedir para seu nutricionista prescrever com cúrcuma padronizada em 95% curcuminóides (200 a 400 mg)

- Fazer chá de gengibre ou suplementar extrato seco padronizado em 15% de gingerol (150 a 300 mg)

- Consumir Boswellia serrata extrato seco padronizado em 60% de ácidos boswellicos (200 a 300mg)

- Beber 3 chás anti-inflamatórios por dia. Exemplos: raiz de cúrcuma, gengibre, canela, cravo. Para quem não gosta do chá uma opção é o uso da tintura com 25% de cada ingrediente, cerca de 20 a 30 gotas, 3 vezes ao dia;

- Para melhorar o intestino e a saúde articular pode entrar o caldo de ossos (bone broth) e suplementos como creatina (5g/dia) e glutamina (5g/dia)

- Para pacientes com cansaço, fadiga, ou tremores e para ajudar na remineralização magnésio quelado, com indicação de 200 a 400 mg em doses fragmentadas ao longo do dia (gosto de combinar com vitamina K, vitamina D e cálcio)

- Para pacientes com dor articular, usar colágeno tipo 2, com condroitina e glicosamina

A nutrição é fundamental mas o controle da imunidade exige um estilo de vida saudável, como um todo. Dormir cedo, entrar em contato com a natureza, fazer atividade física pelo menos 4 vezes na semana, reduzir o estresse (com o que funcionar para você: meditação, yoga, risadas com os amigos, música, terapia...) são estratégias que fazem parte do combo de tratamento.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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