As vitaminas B são importantes para centenas de processos orgânicos. Estão na moda na área de suplementação e, de fato, muitas pessoas adquirem produtos nas farmácias e lojas de suplementos na tentativa de se sentirem mais saudáveis. No entanto, muitos pacientes chegam às consultas relatando que após o uso do complexo B ficaram mais ansiosos ou perceberam aceleração nos batimentos cardíacos. Essas reações são atribuídos à polimorfismos genéticos (variações genéticas) que dificultam o metabolismo destas vitaminas. Por isso, o ideal é que a pessoa faça um exame nutrigenético para que possa ser melhor orientada acerca das melhores formas de uso dos nutrientes.
Pessoas com polimorfismos precisam de cuidados especiais
Certas variações genéticas dificultam o uso dos suplementos. Outras variações aumentam a necessidade de determinados nutrientes para a manutenção da saúde por mais tempo. Nos dois casos, muitas vezes uma forma não metilada de uma vitamina precisa ser substituída pela forma metilada, ativa, contendo o grupo metil (-CH3).
O que é um nutriente ‘metilado’?
Um nutriente metilado nada mais é do que um composto ligado a uma molécula de carbono unida a três hidrogênios, conhecida como “grupo metil” (CH3). S-adenosilmetionina (SAMe), L-5-metiltetraidrofolato, ou L-5-MTHF (uma forma "ativa" de folato, também conhecido apenas como L-metilfolato) e metilcobalamina (a forma ativa da B12), inositol, colina, fosfatidilcolina, trimetilglicina (betaína) são exemplos de nutrientes metilados.
O que fazem os nutrientes metilados?
Nutrientes metilados são "doadores de metil". Carregam e transferem grupos metil de um composto para outro. Este processo é chamado de metilação e é vital para a saúde. O principal doador de metil do corpo é a S-adenosilmetionina (SAMe). Embora existam muitas enzimas e nutrientes envolvidos na produção de SAMe, a B12 metilada (metilcobalamina) e o folato metilado (metilfolato) estão entre os mais importantes.
A metilação acontece continuamente para manter os "interruptores" do seu corpo ligados ou desligados conforme necessário, e todas as máquinas funcionando sem problemas. Se está escuro na sala você quer acender a luz. Se quer dormir, deseja apagar a luz. Dentro das células genes podem estar mais ou menos ativos. Podem precisar ficar ativos ou podem precisar descansar. Os processos de metilação são fundamentais para este controle.
As células usam então os grupos metil para ativar e desativar genes em vários tipos de tecidos corporais. Muitas pessoas têm variações ou polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em genes como MTHFR. Isso pode produzir uma enzima MTHFR mais lenta ou inadequada, contribuindo para níveis mais baixos de metilfolato e, portanto, produção pobre de SAMe para metilação.
Além do gene MTHFR, outros fatores podem retardar a via de metilação. SNPs em seus genes BHMT, CBS e MTR podem contribuir para níveis mais elevados de homocisteína, o que pode sobrecarregar seu ciclo de metilação. O acúmulo de homocisteína também pode sobrecarregar o sistema cardiovascular e levar a possíveis problemas cardíacos e aumento do risco de doença de Alzheimer. Exames genéticos e exames de sangue são fundamentais para uma conduta adequada e para que possamos acertar na suplementação, não só de B9 e B12 mas de outros compostos como betaína.
Existe algum uso para suplementos não metilados?
Sim, as versões sem metil são excelentes alternativas bioativas aos nutrientes metilados. Isso ocorre porque eles contam com o seu corpo para transformá-los nas formas “ativas”, que são consideradas auto-reguladoras. Agora, se você tiver nervosismo, arritmia, dor de cabeça ou sentir qualquer outro desconforto, faça seu exame genético para entender melhor seu metabolismo e suplementar de forma adequada. Algumas pessoas podem ter sintomas tanto com suplementos metilados quanto não metilados, necessitando de formas distintas de suplementos, como o ácido folínico, no caso da vitamina B9.
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