Regulação do metabolismo pela melhoria da microbiota intestinal

A microbiota começa a desenvolver-se ao nascimento. O tipo de parto, a amamentação e o ambiente em que vivemos contribuem para a composição da nossa “flora intestinal”. Os primeiros quatro anos de vida são um período-chave para o desenvolvimento da microbiota e o tipo de bactérias que vão instalando-se influenciam nossa saúde por toda a vida.

O parto vaginal promove o início do desenvolvimento de uma microbiota saudável (se a mãe também tiver uma flora adequada). A amamentação, exclusiva ou parcial, é o principal fator a afetar a composição da microbiota na infância. A criança que recebe leite materno tende a desenvolver uma flora intestinal mais benéfica. Esta flora vai diversificando-se conforme a criança passa a consumir alimentos mais variados, a partir dos 6 meses de vida. Da mesma forma, o convívio com irmãos e a animais de estimação contribuem para a maturação da microbiota (Stewart et al., 2018).

As bactérias intestinais produzem grandes quantidades de nutrientes fermentados que beneficiam o organismo humano. Os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) produzidos, butirato, propionato e acetato, melhoram o metabolismo energético, reduzem a adiposidade, desinflamam o corpo, diminuem o risco de alergias, fortalecem as células intestinais e o sistema imune como um todo.

Uma microbiota adequada contribui para a saúde de todos os órgãos

Mensageiros microbianos regulam o metabolismo humano. Os AGCC produzidos a partir da fermentação da fibra alimentar por bactérias como as Firmicutes e Bacteroidetes interagem com receptores acoplados à proteína G (GPCRs) expressos pelas células enteroendócrinas. Acetato e butirato estimulam a liberação de peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e peptídeo YY (PYY) com efeitos no pâncreas (biossíntese de insulina induzida por GLP-1-) e no cérebro (saciedade induzida por PYY), e o acetato pode aumentar armazenamento de gordura induzindo a secreção de grelina. O succinato de origem microbiana conduz a expressão da proteína desacopladora 1 (UCP1), aumentando assim a termogênese no tecido adiposo. Já uma grande quantidade de bactérias patogênicas aumenta a quantidade de substâncias inflamatórias circulantes, como IL-1β e IL-18, e redução de IL-10 e IL-22. Podemos avaliar o que acontece no intestino por meio de exames genéticos:

Se a microbiota não estiver com a melhor composição podemos realizar sua modulação com a suplementação de cepas específicas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/