Muitas pessoas buscam os estúdios de yoga com objetivos como redução do estresse, da ansiedade ou para o tratamento da depressão. De fato, o yoga pode ajudar. Estudos mostram que a prática consistente ajuda na redução dos níveis de adrenalina e cortisol, hormônios do estresse. Mas yoga não é mágica. Existe, por exemplo, uma ligação entre ansiedade e genética. Algumas pessoas são naturalmente mais relaxadas do que outras.
Trabalho com muitas pessoas que sofrem de ansiedade. Podem ter condições de saúde (como autismo ou TDAH) que afetam a produção de neurotransmissores no intestino e no cérebro. Além dos genes mostrados acima, outros genes podem ser identificados como a (Catecol-O-metilatransferase). Quando a COMT funciona normalmente as pessoas rapidamente resolvem seu quadro de ansiedade. Porém, pacientes que apresentam mutações nesses genes têm uma menor capacidade de se acalmar e são mais propensos a episódios prolongados de ansiedade, depressão e TOC.
Outro gene que afeta o grau de ansiedade percebido é o GAD1 (ácido glutâmico descarboxilase). Quando esse gene está alterado, uma pessoa tem dificuldade em converter o ácido glutâmico (um neurotransmissor estimulante) em GABA (um neurotransmissor calmante). Neste caso a suplementação de GABA ou seus precursores é bem-vinda. Música, sono de qualidade e probióticos ajudam a modular a COMT.
Um terceiro gene é o MAO que degrada (decompõe) o neurotransmissor dopamina. Se o corpo não puder degradar a dopamina, uma pessoa terá um risco aumentado de desenvolver depressão, distúrbios de humor e agressividade. Estas pessoas não deveriam consumir alimentos que agitam ou inibem a MAO, como aqueles contendo cafeína (Petzer, Pienaar, & Petzer, 2013).
Pacientes com hipotireoidismo, doenças crônicas ou câncer também sofrem mais de ansiedade. Fora isso, o ambiente não ajuda. Somos constantemente estimulados pelo nosso entorno, pelo aparelho celular (telemóvel), pela TV, rádio… Estamos vivendo momentos desafiadores na política e na saúde pública. Nem sempre uma única hora de yoga, duas vezes por semana é capaz de modular o organismo.
O autocuidado como um todo é importante e envolve melhorias nos relacionamentos, alimentação antiinflamatória, suplementação para modulação de neurotransmissores, prática de atividade física, contato com a natureza, estratégias para gestão do estresse (como yoga e meditação), descanso e sonos adequados. Ou seja, não existe mesmo mágica e você precisará achar o CONJUNTO de estratégias que adequam-se melhor às suas características e necessidades. Estamos todos juntos e vamos ficar bem mas precisamos respirar e viver um dia de cada vez. Que estratégias estão funcionando melhor com você e te tirando da loucura?