Nosso intestino precisa estar saudável para que possamos ser saudáveis. A microbiota de cada um depende de vários fatores como genética do hospedeiro, dieta, número diário de defecações, atividade física, tabagismo e uso de drogas. Uma microbiota metabolicamente saudável (principalmente alcançada por uma dieta rica em fibras, baixa gordura animal e baixa proteína animal) é ilustrada abaixo (a) e comparada a uma microbiota menos saudável (b).
As fibras da dieta (a) são fermentadas por bactérias que produzem substâncais como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC ou SCFAs, em inglês). Os mesmos fornecem energia para as células intestinais e mantém o pH local mais baixo. uma fonte de energia adicional para os colonócitos e causa uma diminuição no pH luminal. SCFAs ligam-se ao receptor acoplado à proteína G (GPCR)-41 e GPCR-43 no intestino e, subsequentemente, induzem a secreção de peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1) e peptídeo YY (PYY) que contribuem para o aumento do gasto de energia, redução da ingestão de alimentos e melhora do metabolismo da glicose e secreção de insulina.
Já a disbiose microbiana (b) induzida por uma dieta rica em gordura e proteína animal, vida sedentária, tabagismo, ingestão de álcool e defecação relativamente infrequente pode resultar em mucosa com vazamento, inflamação intestinal e sistêmica e produção reduzida de SCFAs, levando a menos hormônios intestinais sendo secretados. Uma microbiota disbiótica é frequentemente associada a um tempo de trânsito colônico prolongado, resultando em uma mudança no metabolismo do cólon levando ao aumento da quebra microbiana e aumento da fermentação de proteínas. Com isso, menos SCFAs são produzidos, o intestino fica mais inflamado e a pessoa mais compulsiva.
O metabolismo muda, com aumento frequente da glicemia, do colesterol, da inflamação e do risco de doenças variadas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares, depressão, doenças autoimunes e até doença de Alzheimer. Por isso, cuidar do intestino é fundamental para noss saúde.