Nosso intestino é colonizado por uma grande quantidade de microrganismos comensais (não causam bem nem mal), simbióticos (bons efeitos) e patogênicos (podem causar doenças), que fornecem uma grande variedade de nutrientes e metabólitos para o metabolismo do ser humano, seu equilíbrio energético e também para o treinamento do sistema imune. Quando estes microorganismos estão em equilíbrio tudo corre bem. Contudo, uma mudança para a disbiose pode resultar em prejuízos como mal funcionamento intestinal, problemas inflamatórios e imunes.
A inflamação sistêmica crônica de baixo grau também leva ao comprometimento da ação da insulina, resistência à insulina, aumenta o risco de obesidade, hipertensão, diabetes e síndrome metabólica. Probióticos, prebióticos e glutamina ajudam a manter o intestino e a imunidade saudáveis (Belizário et al., 2018).
Algumas pessoas possuem variações genéticas que aumentam o risco de doenças autoimunes. Quando estas pessoas possuem um estilo de vida estressante, contato com muitas substâncias tóxicas, carências nutricionais (como a de vitamina D), dieta ou desequilíbrios hormonais, genes para uma condição auto-imune.
Inflamação crônica como gatilho para doenças autoimunes
É necessária uma interação complexa entre o sistema imunológico do hospedeiro e a microbiota comensal para manter o organismo como um todo em equilíbrio. A disbiose intestinal também tem seu papel no desenvolvimento de doenças autoimunes (de Oliveira et al., 2017). Por isso, cuidar do intestino com carinho é muito importante.
A melhoria da imunidade e a remissão da doença autoimune depende da identificação de gatilhos que estejam influenciando no mal funcionamento intestinal, na inflamação e na ativação exacerbada do sistema imune.
Se você está com dor, tomando antiinflamatórios cronicamente precisa se cuidar. Não é egoísmo e não é impossível. O autocuidado é um componente essencial da remissão de qualquer doença auto-imune. Você não deve contentar-se com uma vida de remédios, dor e perda progressiva e rápida de qualidade de vida.
Um dos gatilhos mais importantes para a doença autoimune é o estresse. Por isso, recomendo que todos meus pacientes façam caminhadas na natureza, pratiquem yoga e meditem. Trocar o noticiário com notícias estressantes por comédias. Fazer um um diário da gratidão, terapia e ver a vida com humor e esperança também ajuda demais. Estas práticas estimulam a liberação de endorfinas que tornam a vida mais fácil.
O contato com toxinas é outro ponto que atua como gatilho. Por isso, excluir da vida alimentos ultraprocessados, dar preferência a vegetais orgânicos e trocar produtos de limpeza e cosméticos industrializados por versões naturais feitas a partir de óleos essenciais também faz parte do tratamento.
A dieta deve gerar saúde e bem estar. O protocolo antiinflamatório para doença autoimune utiliza-se de um ciclo de estratégias, que durante 9 meses vão tratando o paciente, reduzindo a toxicidade e a inflamação geral. Como a auto-imunidade está enraizada na inflamação, este passo é fundamental. Lembre-se também de beber água e adotar um padrão alimentar menos acidificante, fazendo rodízios apropriados de alimentos. Reduzir o consumo de sal e lectinas também é importante para o controle da inflamação em muitos de meus pacientes. Dietas de eliminação, como fodmap, podem fazer parte do protocolo.