Cada vez mais se fala da imortalidade digital. Cientistas estudam como armazenar nosso cérebro e nossa memória quando o corpo não puder mais funcionar. Será que viveremos dentro de grandes máquinas e seremos de fato imortais? Atualmente há um limite de tempo que os seres humanos podem viver, cerca de 120 anos. Pessoas que vivem mais têm uma genética favorável. Por exemplo, idosos que ultrapassam os 80 anos com saúde produzem mais superóxido dismutase (SOD), uma enzima antioxidante, que também pode ser suplementada. Além disso, suplementos de curcumina também parecem aumentar a SOD (Shen et al., 2013).
Além das questões genéticas favorecedoras, centenários tendem a consumir menos calorias, mais frutas e verduras, pouco alimento industrializado e são fisicamente ativos. A dieta mediterrânea vem sendo bastante pesquisada como estratégia para a longevidade. Este padrão dietético é rico em gorduras monoinsaturadas (principalmente do azeite), ômega-3 (de peixes), verduras, feijões e chás de ervas como hortelã, camomila, hibisco, gengibre, equinácea, rooibos e erva-cidreira.
Os que vivem mais de 100 anos com saúde costumam ter níveis mais baixos de IGF-1 e elevadas concentrações de HDL. O IGF-1 ou fator de crescimento semelhante à insulina de tipo 1 promove o crescimento dos tecidos desde a gestação até à infância, além de ter alguns efeitos anabolizantes na idade adulta. Contudo, o excesso está associado a maior risco de câncer e doenças cardiovasculares. Dietas ricas em açúcares e gordura animal (como laticínios gordos) contribuem para a elevação de IGF-1 e redução da lipoproteína de alta densidade (HDL). Este é o perfil de pessoas mais inflamadas e que desenvolvem doenças crônicas mais cedo. Uma forma de envelhecer de forma mais lenta é comer menos para estimular a autofagia, processo de reciclagem/degradação de materiais indesejáveis do organismo.
Atributos psicológicos da longevidade
O otimismo é um atributo psicológico comum entre os centenários. Caracteriza-se pela expectativa geral de que coisas boas acontecerão e de que o futuro será mais favorável. Estudos mostram que pessoas otimistas têm menos probabilidade de sofrer de doenças crônicas e morrer prematuramente (Lee et al., 2019). Um estudo de metanálise (o mais alto grau de evidência científica) publicado em 2022 mostrou que pessoas mais otimistas morrem menos por doenças cardiovasculares. Tudo está ligado, intestino, cérebro, coração, fígado, pele. Está tudo sempre se influenciando, sempre.
O otimismo é uma característica modificável. Faça o exercício de meditar imaginando um futuro melhor, mais compassivo, mais amoroso, em situações diferentes, com pessoas diferentes, lugares diferentes. Depois anote o que for importante e planeje para modificar sua vida para melhor. Aqui você encontra exercícios de autocoaching.
Outra característica comum aos que vivem mais é a amplitude de conexões sociais, seja nos momentos de lazer, seja no trabalho. Redes de apoio podem ser construídas dentro ou fora da família. Podem ser construídas nos clubes, nos parques, na academia, nos cafés, na igreja, em instituições onde possa voluntariar… O importante é combater a solidão.
Para vivermos muito nossas células precisam estar saudáveis e o reparo celular acontece à noite, enquanto dormimos. Pessoas que vivem mais dormem cerca de 7 a 8 horas todas as noites. Não negligencie o descanso. Durante o dia, ao invés de exercícios extenuantes e que aumentam o risco de lesões, mova-se naturalmente, como fazem as pessoas das zonas azuis.
Zonas Azuis são locais no mundo onde as pessoas são mais longevas, ultrapassando a marca de 100 anos de idade. Tais regiões foram identificadas por cientistas e demógrafos, que constataram nos locais características e práticas específicas que resultam em casos de alta incidência de longevidade. Uma das características importantes das pessoas com grande longevidade é que aprenderam a equilibrar trabalho, família e lazer.