Apesar de muitas pessoas estarem trabalhando em casa, sem pegar trânsito, fazendo os próprios horários, muitos sentem-se agora esgotados. Vivo em Portugal e estou há mais de 45 dias sem ir ao centro da cidade do Porto, onde adorava passear, observar os turistas, sentar em um café e ler um livro. Iniciei o período de isolamento social com grande energia, lendo muito, estudando, gravando vídeos, reformulando meus cursos. Depois cansei, diminuí o ritmo, comecei a cozinhar mais, ouvir mais música. Mas cansei de novo e entrei em uma terceira fase, onde passei a sentir-me mais cansada. Foi hora de rever as expectativas, ajustar a rotina, reduzir o número de atendimentos e consultorias. A cada fase são novos desafios e vamos levando.
Vários de meus clientes também passaram a conversar comigo sobre os mesmos problemas. Alguns perceberam que estavam entrando em burnout, apesar de estarem em casa. Acontece que passaram a trabalhar a qualquer hora, às vezes até tarde, nos finais de semana. Tiveram que se adaptar à uma nova rotina, fazer ajustes para dar conta das crianças que não estão indo à escola, ao mesmo tempo em que precisam atender as demandas das próprias empresas. Também aconteceu com você? Como tem lidado com tudo isso?
Entenda o burnout
O Síndrome de Burnout é uma perturbação psicológica causada pelo estresse excessivo e prolongado, devido a uma sobrecarga ou excesso de trabalho. A palavra Burnout vem do inglês e significa “queimar até ao fim”. Trata-se, portanto, de um esgotamento físico e mental decorrente de uma vida profissional desgastante e sobrecarregada. A pessoa em burnout pode:
Sentir pressão excessiva por parte das chefias ou clientes
Ter dificuldade em executar as tarefas solicitadas
Ter uma carga horária excessiva
Ter mau ambiente social entre colegas e chefias
Sofrer de violência psicológica e física no local de trabalho
Faltar ao trabalho regularmente
Chegar constantemente atrasado ao trabalho ou às reuniões
Não ter vontade de ir trabalhar, sair mais cedo do trabalho regularmente ou sentir-se desmotivado
Sofrer de doenças relacionadas ao estresse (hipertensão, insônia, gastrite etc)
Tratamento do burnout
A primeira etapa é avaliar se vale a pena manter a rotina louca ou se dá para fazer ajustes que levem à melhoria da qualidade de vida. O tratamento também pode envolver:
Tirar férias, solicitar mudança de cargo, delegar mais tarefas ou pedir demissão.
Modificar rotinas (não levar trabalho para casa, estabelecer horários para leitura de emails, determinar o horário para parar de trabalhar etc).
Praticar yoga e meditar. Reduzem ansiedade e estresse (Grensman, 2020). Existem cursos de formação online e também profissionais capacitados ensinando a distância. Escolha a melhor forma de iniciar ou avançar na sua prática.
Terapia que trabalhe as causas do stress, ajudando a pessoa a utilizar as ferramentas para reagir perante situações agressoras no local de trabalho, sem comprometer a sua função ou a sua felicidade. Se precisar de ajuda agende uma consulta online.
Uso de remédios e suplementos para controle da ansiedade e depressão.