Muitos mecanismos podem explicar como a inflamação pode ameaçar a memória e aumentar o risco de doenças como o mal de Alzheimer. Sabemos que a inflamação aumenta a produção do hormônio cortisol, e o cortisol é especificamente tóxico para as células do hipocampo, a área do cérebro que é fundamentalmente importante para a memória. Além disso, os mediadores químicos da inflamação chamados citocinas podem ter efeitos diretos em outra parte do cérebro, o córtex pré-frontal, que também está envolvido na função da memória. Portanto, a inflamação crônica é algo a ser evitado, pois tem sido associada à doença arterial coronariana, câncer, diabetes tipo II, obesidade e disfunção de memória.
Excesso de gordura corporal
O excesso de gordura corporal também aumenta a inflamação do corpo e pode se relacionar com o declínio da função cognitiva e piora da memória. Um grande estudo, publicado em 2019, avaliou mais de 11.000 participantes com idades entre 25 e 34 anos, medindo o estado de inflamação usando um marcador padrão, a proteína C reativa (PCR). A memória de trabalho, uma descrição do tipo de memória que é usada para manter as coisas em mente, foi avaliada usando um teste que mediu quantos números poderiam ser lembrados e depois repetidos na ordem oposta em que foram apresentados. Finalmente, o IMC foi escolhido como um marcador validado de obesidade. Os pesquisadores descobriram, como esperado, uma forte correlação entre o IMC e o marcador de inflamação, PCR, com menor memória de trabalho. Para os autores, a inflamação desempenha um papel importante na relação entre obesidade e memória de trabalho, e sugerem que intervenções destinadas a reduzir a inflamação podem ajudar a diminuir a carga cognitiva da obesidade.
Ou seja, se a inflamação poder ser limitada em indivíduos obesos, isso ajudaria a preservar a função cerebral. Estratégias para reduzir a inflamação, além da perda de peso, dieta antiinflamatória e suplementação de óleo de peixe, magnésio, açafrão e probióticos para tratamento da disbiose.
Disbiose intestinal
Um dos principais responsáveis pela inflamação sistêmica é o desequilíbrio da microbiota intestinal. Bactérias como Citrobacter, Escherichia coli, Klebsiella, Mycobacteria, Pseudomonas, Streptococcus, Streptomyces, Staphylococcus, Salmonella e Bacillus sintetizam proteínas amilóide.
As fibrilas amilóides são mais conhecidas como um produto de distúrbios de dobramento incorreto de proteínas humanas. Bactérias e fungos também podem produzir amilóides como componentes estruturais em biofilmes ou revestimentos de esporos, como toxinas e fibras de superfície ativa, como material epigenético, reservatórios de peptídeos ou adesinas que medeiam a ligação e internalização em células hospedeiras.
Manter o intestino saudável é estratégia fundamental na prevenção de doenças neurodegenerativas.
Mas dieta não é mágica!! Para obter o máximo benefício, você precisa consumir uma variedade de alimentos anti-inflamatórios, idealmente ao longo de vários anos. Com isso, você modula positivamente a expressão de genes e processos como a metilação. Para evitar doenças tente manter os marcadores bioquímicos abaixo dentro dos valores recomendados:
- Insulina (< 6 microUI/mL)
- Ácido úrico (< 6 mg/dL)
- PCR (< 0,1 mg/L)
- PCR-us (<0,5mg/dL)
- Ferritina (70 a 150 ng/mL)
- VHS (< 5 mm/h)
- 25-OH-D (> 50 ng/ml)
- GGT (< 20 U/L)
- Homocisteína (< 7 µmol/L)
- B12 (300 a 700 pmol/L)
- B9 (> 10 a 30 ng/mL)