Estudo conclui que proteínas glicadas das fórmulas infantis (aqueles leites de latinha) atrapalham a tolerância oral aos alimentos, aumentando o risco de alergias alimentares e doenças autoimunes no futuro. Na produção da maioria das fórmulas, o leite fresco é desidratado e homogeneizado. Durante este processo, os glóbulos de gordura tornam-se menores e óleos vegetais e até açúcares podem ser adicionados para complementar as calorias.
O processo de pasteurização que garante a segurança microbiológica e o calor da evaporação mudam a estrutura das proteínas ali presentes, que ligam-se à lactose ou aos açúcares que foram adicionados gerando produtos finais de glicação avançada. Estes, aumentam o processo inflamatório e levam à perda da tolerância imunológica.
O leite materno não tem desses problemas. Por isso é indicado até o 6o mês de vida. A partir deste momento deverá ser complementado com frutas, verduras, cereais, leguminosas, ovos e carnes (se a família não for vegana) (Erlanson‐Albertsson & Landin‐Olsson, 2019).
Adquirir tolerância imunológica é, traduzindo de forma simples, ensinar o sistema imune a reagir quando precisar combater substâncias estranhas, como vírus, fungos e bactérias. Ao mesmo tempo, a tolerância ensina ao corpo o que é próprio. Assim, o organismo não ataca as próprias estruturas e tolera melhor os alimentos (inclusive as proteínas do glúten e do leite). Quando isso não acontece, o risco de uma doença autoimune aumenta. Dentre elas estão o diabetes tipo 1 e a tireoidite de Hashimoto.
Mas a criança nunca tomará leite? A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida e complementar até os dois anos ou mais. Os dois órgãos e a sociedade brasileira de pediatria só indicam o leite de vaca e seus derivados após o primeiro ano de vida. Mas e como fica no caso das famílias veganas. Discuto mais no vídeo de hoje.
Materiais complementares:
Publicação da Sociedade Vegetariana Brasileira: alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Publicação do ministério da saúde: guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos