Fitoterapia: mastruz no tratamento da leishmaniose

O uso de plantas na prevenção e tratamento de doenças é uma prática que remonta à antiguidade. Como comprovado por meio de estudos arqueológicos, desde antes do surgimento da escrita, o homem já utilizava ervas para fins alimentares e medicinais. A partir deste conhecimento empírico, surgiram pesquisas que levaram à produção de medicamentos importantes.

Durante seu doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a bióloga Maria Lúcia Lira de Andrade, trabalhou com o Mastruz (Dysphania ambrosioides), planta também conhecida como erva-de-santa-maria. O mastruz vem sendo utilizado popularmente contra a Leishmaniose, doença grave causada pelo parasita Leishmania Infantum. A transmissão ocorre através da picada de mosquito phlebotomus infestado com o parasita. Muitas pessoas doentes colocam as folhas do mastruz nas feridas, que acabam cicatrizando. Com a pesquisa, foi possível comprovar que o conhecimento popular tem fundamento.

O mastruz possui efeito antileishmania, diminui as infecções nas células infectadas, tanto na leishmaniose cutânea, que são as feridas na pele, quanto na leishmaniose visceral, o calazar. Também foi percebido que a planta diminui a infecção do Trypanosoma cruzi, que é o parasita responsável pela doença de Chagas.

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A leishmaniose é endêmica em várias regiões do mundo, incluindo Brasil e Portugal. Causa perda de peso, dores nas articulações, aumento dos gânglios linfáticos, lesões dermatológicas, perda de cabelo, altera o funcionamento renal e intestinal, aumentando o risco de morte. A doença também pode ocorrer em cães e roedores.

O estudo foi feito com extrato salino da planta. O mastruz foi seco, pulverizado e depois seu princípio ativo foi extraído e colocado em culturas de células extraídas de camundongos. A pesquisa pode trazer grandes benefícios no tratamento contra a leishmaniose. Contudo, este estudo foi feito in vitro e agora outras pesquisas precisam ser realizadas para comprovar os efeitos em seres humanos. Outras plantas também vem sendo estudadas neste sentido como o Jucá (fruto amazônico) e proteínas extraídas da Jaca (Artocarpus heterophyllus).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/